Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Mercado reage a demissão de Castello Branco por Bolsonaro e ADR cai 15%

Intervencionismo de presidente na Petrobras, que contradiz sua proposta econômica liberal, afetou o mercados e atraiu críticas de ex-secretário Salim Mattar

Por Luisa Purchio Atualizado em 22 fev 2021, 10h34 - Publicado em 19 fev 2021, 21h27

As críticas de Jair Bolsonaro à Petrobras derrubaram as ações da estatal na bolsa brasileira. A PETR4, que se refere aos papéis preferenciais da companhia, fechou em queda de 6,63% nesta sexta-feira, 19. Ainda assim, o presidente seguiu em frente na sua decisão de interferir na estatal e emitiu um comunicado depois do fechamento dos mercados com a indicação do general Joaquim Silva e Luna para substituir Roberto Castello Branco como presidente da Petrobras. Atual diretor da Itaipu Binacional e ex-ministro de Temer, Silva e Luna foi indicado após a eleição de Bolsonaro. Nesta sexta-feira, 19, o Ibovespa refletiu a queda das ações da empresa e fechou em baixa de 0,64%, a 118,4 mil pontos.

Como esperado, a repercussão é negativa para a empresa e o ADR da Petrobras, papéis da empresa no exterior, despencou. Na bolsa de Nova York, chegou a cair 15% após o fechamento do mercado. O economista Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central e um dos responsáveis pela criação do Plano Real, publicou no final do dia em seu Twitter “Boa tarde Venezuela”. A frase se refere à interferência do governo de Hugo Chávez que provocou a decadência da PDVA, produtora de petróleo venezuelana que era uma das maiores do mundo. Como disse em artigo a VEJA José Toro Hardy, ex-diretor da PDVSA no auge da empresa, de 1996 a 1999, “Chávez se opunha de forma tenaz ao processo de abertura da indústria petrolífera”. A empresa passou de 3,3 milhões de barris produzidos por dia para 390 mil barris.

“Lastimável a decisão do governo de tirar Roberto Castello Branco do comando da Petrobras. Roberto é um profissional extremamente qualificado que tirou a empresa literalmente do fundo do poço após o maior escândalo de corrupção do planeta. Em seu lugar será nomeado mais um militar”, postou Salim Mattar, ex-secretário de Desestatização do governo Bolsonaro e presidente da Localiza Hertz, em seu Twitter, em uma rara crítica direta ao governo do presidente a qual serviu até 2020. Paulo Uebel, ex-secretário de desburocratização, que deixou o governo na mesma época de Mattar após travas na agenda liberal de Paulo Guedes também lamentou a decisão de Bolsonaro, o ex-chefe. “Dia muito triste para o Brasil. Roberto Castello Branco, Presidente da Petrobras, será substituído por estar fazendo o trabalho certo: blindar uma empresa Estatal contra o uso político, contra o populismo. Segue…”, publicou. 

Segundo fonte ligada à gestão da Petrobras, a postura do presidente Bolsonaro consiste em “estelionato eleitoral”. Afinal, ele se elegeu com o discurso de que “vai privatizar, abrir a economia, botou o Paulo Guedes como ministro, mas faz tudo diferente”, disse. “As pessoas aprendem a duras penas”, declarou a VEJA. “Infelizmente, no Brasil, passamos por tudo de errado até chegar no certo.” A intervenção do governo na economia já se mostrou uma postura predatória para as empresas, prejudicial para a produtividade e para a confiança dos investidores internacionais em comprar seus papeis.

Continua após a publicidade

 

Publicidade

Imagem do bloco
Continua após publicidade

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Continua após publicidade

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Continua após publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.