Mercado volta a revisar para cima a projeção de inflação, que flerta com o teto da meta
Analistas consultados pelo Banco Central estimam que o IPCA encerre o ano em 4,39%, distante do centro da meta, de 3%, e perto do limite de 4,5% para o ano
Analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central voltaram a subir a projeção da inflação para este ano. Segundo os dados compilados pelo Boletim Focus e divulgados nesta segunda-feira, 14, o IPCA deve encerrar o ano em 4,39%, 0,01 ponto acima da semana passada. Apesar de ligeira, a revisão reforça a tendência de inflação mais elevada e flerta com teto da meta, que é de 4,5% para o ano.
A desancoragem da inflação e sua aproximação com o limite determinado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é dos grandes motivos que levaram o Banco Central a iniciar o aumento das taxas de juros. Apesar da projeção seguir dentro da margem de tolerância, está bem acima do centro da meta, que é de 3%. Para 2025 e 2026, os analistas revisaram para baixo a projeção, de 3,97% para 3,96%. Apesar da manutenção, a projeção também está distante do centro da meta, que é de 3%.
Com a desancoragem da meta inflacionária, o mercado manteve estimativa que a Selic possa ir a 11,75% neste ano, o que significa um aumento de 1 ponto percentual até o fim deste ano. O Copom tem mais dois encontros marcados neste ano e deve seguir o ciclo de aperto monetário. Para o ano que vem, os economistas veem a Selic em 11%, 0,25 ponto acima do projetado na semana passada. Ou seja, o mercado vê que os juros altos vieram para ficar.
Além da desancoragem, o avanço da atividade econômica também é um dos motivos que levou o BC a começar a o ciclo de aperto monetário. os economistas consultados pelo Focus esperam que o PIB varie 3,01% neste ano, 0,01% a mais que o projetado na semana passada. A estimativa do mercado, entretanto, segue abaixo do estimado pelo Executivo e pelo BC, que é de um avanço de 3,2% para este ano.