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Ministro da Fazenda não vê impacto da crise argentina no Brasil

A Argentina está buscando um acordo com o FMI para lidar com a recente volatilidade que levou à queda do peso e ao aumento da taxa de juros para 40%

Por Reuters Atualizado em 8 Maio 2018, 20h17 - Publicado em 8 Maio 2018, 19h57

O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou nesta terça-feira que não há canal de contágio da economia brasileira com a situação da Argentina, cujo governo anunciou intenção de negociar ajuda com o Fundo Monetário Internacional (FMI). O baixo déficit das contas externas e as altas reservas internacionais deixam o Brasil em situação confortável, segundo o ministro, que disse não ver motivo para não apoiar um pacote do FMI para o país vizinho.

“Então não vejo nenhum impacto. Uma situação completamente diferente da argentina”, disse após participar de audiência pública no Congresso Nacional.

A Argentina está buscando um acordo com o FMI para lidar com a recente volatilidade do mercado, que levou à queda do peso e ao aumento da taxa de juros para 40%, disse o presidente argentino, Mauricio Macri, nesta terça-feira.

Por sua vez, o dólar fechou pelo segundo dia consecutivo em alta ante a moeda brasileira, em dia marcado por tensão nos mercados externos com a saída dos Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã. Questionado sobre o comportamento do câmbio no Brasil diante dos riscos geopolíticos, Guardia se limitou a fazer considerações sobre o preço do petróleo.

“O que eu vi até o momento é um possível impacto em preço de petróleo. Isso afeta a economia mundial. Então isso pode ocorrer, pode ter algum impacto sobre preços. Mas aí prefiro acompanhar isso com mais cuidado”, disse.

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“A situação internacional pode mudar ao longo do tempo, já vimos isso no passado. O que a gente tem é que continuar firme na direção das reformas, que é o que a gente sempre vem falando”, acrescentou.

O dólar fechou em alta nesta terça-feira, próximo ao patamar de 3,57 reais, num dia marcado por tensão nos mercados externos após o presidente dos EUA, Donald Trump, ter anunciado que retomará sanções econômicas contra o Irã e retirará seu país do acordo internacional concebido para impedir Teerã de obter uma bomba nuclear. As sanções econômicas ao Irã podem afetar a produção e exportação de petróleo do país, afetando os preços da commodity.

Preços mais caros de petróleo impactam a inflação e podem levar o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, a ser mais austero e elevar mais do que o esperado os juros, o que poderia atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em mercados considerados de maior risco, como o brasileiro.

 

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