Ministros afinam discurso sobre votação da reforma em fevereiro
Ministro das Cidades criticou Meirelles, que afirmou ontem que votação ficaria para novembro se não fosse aprovada agora
Os ministros do governo Temer afinaram o discurso sobre a intenção de votar a reforma da Previdência em fevereiro. O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse nesta terça-feira, 26, que o governo lutará “continuamente e diariamente” pela votação e aprovação da reforma da Previdência. Ele descartou a hipótese de a votação da reforma ficar para novembro e enfatizou que os esforços são para a análise da matéria em fevereiro.
Um dia antes, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, chegou a dizer que as chances de aprovação da reforma seriam de 50% agora ou, então, apenas em novembro, passada a eleição. Essa declaração acabou sendo rebatida depois por integrantes do governo
O ministro das Cidades, Alexandre Baldy (sem partido-GO), criticou Meirelles, dizendo que declarações desse tipo atrapalham bastante a votação da reforma da Previdência. Para Baldy, as chances de votar a reforma após as eleições são menores.
“Atrapalha bastante. Acredito que todos os esforços do governo estão e deverão estar concentrados em votar a reforma da Previdência em fevereiro. Não se discute outra possibilidade”, declarou Baldy, ao ser questionado sobre a declaração de Meirelles.
Ontem mesmo, Meirelles afirmou que a expectativa é de votar a reforma em fevereiro, não em novembro. Ele disse que, durante reunião, foi incitado a colocar um porcentual esperado para a aprovação, o que teria evitado por questões de precisão. “Então perguntaram: ‘mas, então, tem pelo menos 50%?’ Tem, tem sim, respondi”, detalhou, acrescentando aos jornalistas que “a nossa expectativa é muito maior do que essa”.
De acordo com o ministro, o mais importante é que a reforma seja aprovada e que o governo está trabalhando para isso. “O que se discute não é se haverá reforma, mas quando haverá a reforma. Idealmente, agora. Se não for agora, depois, mas que será feita uma reforma da Previdência no Brasil não tem dúvida”, argumentou acrescentando que a situação atual da evolução das despesas e do déficit da Previdência não é sustentável. Não só a médio como a longo prazo.
(Com Estadão Conteúdo)