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Montadoras bancaram teste do efeito do diesel em homens e macacos

Pesquisa investigou implicações da inalação de óxidos de nitrogênio

Por Da redação
Atualizado em 30 jan 2018, 16h40 - Publicado em 29 jan 2018, 21h06
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  • As montadoras Volkswagen, Daimler (dona da Mercedes-Benz) e BMW financiaram testes de laboratório para estudar os efeitos do diesel em humanosmacacos, segundo reportagens dos jornais The New York Times e do alemão Süddeutsche Zeitung divulgadas nos últimos dias.

    Nesta segunda-feira, o jornal alemão Süddeutsche Zeitung, afirmou que uma pesquisa sobre os efeitos de inalação de óxidos de nitrogênio (NOx) foi realizado com 25 humanos saudáveis na Alemanha. Esses testes teriam sido feitos na Universidade de Aachen, na Alemanha, entre 2013 e 2014, mas a instituição alegou que o estudo estava relacionado a saúde no ambiente de trabalho, não a poluentes de motores a diesel.

    Os testes em macacos foram realizados em 2014 nos Estados Unidos pelo Grupo Europeu de Pesquisa sobre Ambiente e Saúde no Setor dos Transportes (UEGT, sigla em inglês), segundo o NYT.

    Segundo o jornal americano, dez primatas foram expostos a fumaça expelida por um Volkswagen Beetle para verificar os efeitos na saúde dos animais – o caso ocorreu dois anos depois que a Organização Mundial da Saúde passou a classificar as emissões do diesel como cancerígenas.

    A expectativa das montadoras era comprovar que veículos a diesel com tecnologia avançada tinham menos implicações sobre a saúde de humanos do que os modelos mais antigos.

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    Ainda segundo o New York Times, os cientistas descobriram que o Beetle fornecido pela Volkswagen havia sido manipulado para produzir níveis de poluição menos prejudiciais do que os modelos colocados à venda.

    Um ano após os testes com macacos, em 2015, a Volkswagen envolveu-se em um escândalo conhecido como dieselgate. A montadora alemã admitiu fraudar os testes de emissão de poluentes ao instalar um sofisticado software secreto em seus veículos – 11 milhões de carros foram afetados.

    De acordo com o NYT, o escândalo acarretou em multa de 26 bilhões de dólares (cerca de 82 bilhões de reais) para a montadora alemã.

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    Versão das empresas

    Ao NYT, as montadoras informaram que o estudo científico foi legítimo. Daimler e BMW afirmaram que desconhecem o fato de que o veículo utilizado nos testes teria sido configurado para produzir dados falsos.

    A Daimler informou que vai abrir investigação sobre a pesquisa. A montadora também disse que a abordagem do UEGT contradiz os valores e princípios éticos da companhia. “Condenamos fortemente os experimentos”.

    O BMW Group afirmou que não participou dos estudos mencionados e “distanciou-se de qualquer envolvimento nos experimentos realizados pelo UEGT na semana passada”.

    A montadora também disse que fará uma investigação interna para esclarecer o trabalho e antecedentes do UEGT. “Isso inclui uma comparação ampla e baseada em fatos da metodologia de estudo e alinhado com uma pesquisa científica comparada. Ao fazê-lo, a avaliação de órgãos independentes com conhecimentos adequados – como uma comissão de ética médica independente – deve ser considerada. De acordo com informações levantadas por nós, a comissão de ética responsável da Universidade Técnica RWTH Aachen esteve envolvida no estudo em questão “.

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