A situação fiscal dos Estados Unidos está em declínio contínuo, de acordo com a agência de classificação de risco Moody’s. Desde que a Moody’s alterou a perspectiva da nota de crédito do país para negativa em novembro de 2023 (mas mantendo a classificação máxima AAA), a situação fiscal piorou ainda mais. A principal preocupação é com a diminuição da capacidade de pagamento da dívida, impulsionada por taxas de juros mais altas, que têm reduzido a sustentabilidade financeira do governo americano.

A Moody’s projeta que a dívida dos Estados Unidos em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) aumentará significativamente, alcançando cerca de 130% até 2035, partindo de quase 100% em 2025. Além disso, os pagamentos de juros devem representar 30% da receita do governo até 2035, comparados a apenas 9% em 2021. Essa deterioração na capacidade de pagamento da dívida reduz a flexibilidade fiscal do país, tornando-o mais vulnerável a choques econômicos.

As políticas do governo Trump, incluindo a elevação de tarifas de importação e os cortes de impostos, são vistas como fatores que podem agravar a situação fiscal. A Moody’s alerta que essas medidas podem diminuir ainda mais a capacidade do governo de lidar com déficits fiscais crescentes e juros mais altos. A agência destaca que fatores como a resiliência econômica dos Estados Unidos e o papel central do dólar no sistema financeiro global podem não ser suficientes para compensar a deterioração fiscal.

A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos recentemente aprovou um plano de orçamento que inclui 4,5 trilhões de dólares em cortes de impostos e gastos públicos. Embora essa medida seja vista como uma vitória para o Partido Republicano, ela enfrenta críticas de democratas e alguns republicanos, que temem que possa afetar negativamente programas de assistência social. A proposta também prevê aumentos nos gastos com defesa e segurança nas fronteiras.

A situação fiscal dos Estados Unidos é monitorada de perto por investidores e agências de classificação de risco, pois a estabilidade financeira do país desempenha um papel crucial no sistema financeiro global. A Moody’s é a única das principais agências de classificação a manter a nota máxima para a dívida soberana americana, embora tenha reduzido sua perspectiva para negativa em 2023. Outras agências, como a Fitch, já rebaixaram a classificação de crédito dos Estados Unidos devido à deterioração fiscal e às repetidas negociações sobre o teto da dívida.

Recentemente, o Federal Reserve manteve as taxas de juros entre 4,25% e 4,5% ano, um patamar considerado elevado. A Moody’s prevê que os juros possam cair para entre 3,75% e 4% até o final de 2025, mas isso pode não ser suficiente para melhorar significativamente a sustentabilidade fiscal do país.

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