O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) abriu inquérito para investigar o suposto vazamento de dados pessoais de clientes do Banco Inter, segundo documentos obtidos com exclusividade pela agência Reuters. O MP afirmou estar de posse de “arquivos que supostamente contém informações pessoais dos clientes do Banco Inter”.
Na semana passada, quatro dias após a unit da instituição ter estreado na bolsa de valores, o blog TecMundo publicou que dados de clientes do banco haviam vazado. A instituição, porém, disse que foi vítima de tentativa de extorsão e que constatou que não houve comprometimento da segurança no ambiente externo e nem dano à sua estrutura tecnológica.
Na sexta-feira passada (4) o MP enviou ofício ao banco requisitando informações sobre o incidente. A empresa deve informar se foi realmente constatado algum tipo de incidente de segurança relacionado à base de dados, sua natureza e as medidas que foram tomadas, além de quantos clientes ou colaboradores foram afetados.
O MP vai enviar ofícios para o Banco Central (BC) e para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informando a instauração da apuração.
Para o promotor de Justiça Frederico Meinberg, coordenador da CVM, “o Ministério Público entende que vazamento de dados envolvendo companhias abertas configura fato relevante capaz de influir de modo ponderável na cotação dos valores mobiliários”.
O MPDFT informa que o valor exigido não foi revelado e que o hacker pode ter colocado cheques, documentos, transações, e-mails, informações pessoais, chaves de segurança e senhas de 300 mil pessoas em um arquivo criptografado de 40 GB.
Em nota enviada à VEJA, o Banco Inter reiterou a informação de que “não houve comprometimento da estrutura de segurança do banco”.