A privatização da Petrobras não está no radar do governo federal no momento, mas estudos sobre a desestatização não foram descartados, segundo informou o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, durante anúncio da ampliação do programa de privatizações e concessões. Nove empresas, entre elas os Correios e a Telebras, foram incluídas no plano.
Segundo Onyx, antes de qualquer anúncio sobre privatização da companhia, são necessários estudos, a serem conduzidos pelo Ministério de Minas e Energia (MME). “Não temos ainda uma definição do Ministério (de Minas e Energia), do governo e da empresa, de colocarmos como um todo no PPI”, afirmou Onyx, ao apresentar uma lista de empresas que serão desestatizadas. O ministro, no entanto, não deu nenhum prazo para que esses estudos aconteçam. A possibilidade de venda da empresa fez os papéis da petrolífera subirem quase 6% na bolsa de valores brasileira.
“A Petrobras como um todo passará por estudos da equipe do PPI. Por tudo o que ela significa, será feito algo muito criterioso”, declarou. O ministro destacou que a Petrobras está em um processo de reorganização, que inclui venda de ativos, como a da transportadora TAG, que foi privatizada.
Pouco após a coletiva de anúncio dos estudos para a privatização de mais nove empresas, o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, disse que da parte do presidente Jair Bolsonaro não há “nenhuma ideia” no sentido de privatizar a Petrobras. Na semana passada, durante evento no Rio de Janeiro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse ao presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, não duvidar que o governo poderia privatizar “coisas maiores”.
A afirmação, que arrancou gargalhadas de uma plateia que escutava o ministro durante o encerramento do evento do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP) sobre gás natural, foi considerada por Guedes depois, em entrevista, uma “brincadeira”. Mais cedo, no mesmo dia do evento no Rio, Guedes falou sobre o assunto em São Paulo. “Meu trabalho é tentar vender todas as estatais”, afirmou.
(Com Reuters)
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O jornalista Thomas Traumann analisa as recentes declarações de Paulo Guedes