Não haverá nenhuma ‘medida excepcional’ para impulsionar o PIB, diz Costa
Ministro-chefe da Casa Civil afirma que consignado privado é medida estrutural e arcabouço será respeitado a todo custo

O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, disse nesta quarta-feira 26 que o governo federal não vai apresentar nenhuma medida com o intuito de elevar o crescimento econômico de 2025. O mercado financeiro projeta uma desaceleração do crescimento neste ano pré-eleitoral, com uma variação positiva de cerca de 2% no produto interno bruto (PIB). “Não haverá medida excepcional para impulsionar o crescimento da economia. A economia vai crescer pelo que está contratado”, disse o ministro durante o evento CEO Conference 2025, do banco BTG Pactual. Questionado se a criação do crédito consignado privado não seria uma medida para turbinar o PIB, injetando bilhões de reais na economia, Costa pontuou que se trata de uma medida estrutural, não pontual, que beneficia a economia e as operações do setor bancário, inclusive no longo prazo.
O chefe da Casa Civil reforçou a mensagem de que o governo federal está comprometido com as contas públicas. “Se necessário, todas as medidas para o cumprimento (do arcabouço) fiscal serão adotadas. Não há pensamento diferente dentro do governo”, disse durante o evento do BTG. Costa lembrou que, no intuito de cumprir o arcabouço no ano passado, a Casa Civil contingenciou cerca de 20 bilhões de reais referentes ao novo PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento. Medidas semelhantes podem ser tomadas caso o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva julgue necessário. O ministro disse que, em relação aos debates internos do governo, não tem intriga com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, diferentemente do que é reportado nos bastidores do governo. “Não existe governo forte com ministro da Fazenda fraco.”
Com o acúmulo de pesquisas de opinião indicando uma escalada expressiva da desaprovação do governo Lula, Rui Costa enfatizou que uma das prioridades do Executivo federal é o combate às fake news, que em sua avaliação são o principal motivo para a má avaliação. Foi acordado entre ministros do governo que, a partir de agora, o certo será comunicar novas políticas públicas ou regulamentações antes do lançamento, tomando a dianteira na comunicação ante quem propaga fake news. “Nós erramos na comunicação nesse período (primeiros dois anos do mandato)”, disse o chefe da Casa Civil. “Antes de soltar uma medida, vamos comunicar. Não tem como você ganhar da fake (news) se ela sair na frente”. Como exemplo dessa falha de comunicação, Costa mencionou o monitoramento das transações Pix proposta pela Fazenda.