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Natal e Ano-Novo: clima de baixo astral no setor varejista mudou em 2019

A recuperação econômica, ainda que em ritmo lento, animou os consumidores a gastar mais na temporada de festas, em uma demonstração de confiança no futuro

Por Machado da Costa Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 14h44 - Publicado em 27 dez 2019, 06h00

Nos últimos seis anos, a temporada de Natal e Ano-Novo foi motivo de pouca comemoração para o setor varejista. O clima de baixo-astral mudou em 2019. As melhores condições econômicas e a recuperação da confiança do consumidor embalaram as vendas do comércio, garantindo lojas e shopping centers lotados, em um fenômeno raro desde o início da crise, em 2013. De acordo com a Associação de Lojistas de Shopping (Alshop), a alta do volume de vendas foi de 9,5% na comparação do Natal deste ano com o do ano anterior.

Os sinais de que os consumidores estavam dispostos a abrir a carteira foram detectados no início de dezembro. Pesquisa feita pelo Google Brasil mostrava que 43% das pessoas pretendiam gastar mais em 2019 do que em 2018, com o valor médio das compras de 162 reais. E, em um comportamento típico dos brasileiros, boa parte dos entrevistados pelo gigante americano da tecnologia deixou para ir às lojas na última hora — metade dos consumidores ouvidos afirmou que compraria os presentes natalinos com no máximo uma semana de antecedência. “O varejo depende fundamentalmente de preço, de emprego e de crédito”, afirma Claudio Felisoni, presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo (Ibevar). “E, em 2019, houve uma conjunção favorável desses fatores, o que aumentou a confiança das famílias.”

As três principais variáveis que influenciam o desempenho do varejo apresentaram uma evolução contínua no decorrer do ano. A inflação, a despeito do preço da carne, manteve-­se abaixo dos 4% nos doze meses. Até novembro, foram gerados no país 948 344 postos de trabalho formal, cifra ainda baixa diante da taxa de desemprego de 12%, mas um respiro razoável depois de sucessivas perdas de vagas. E, por fim, a redução da taxa básica de juros para 4,5% ao ano tem pressionado os bancos a rever suas políticas de crédito caro e restrito. Espírito natalino à parte, o fim de 2019 trouxe a expectativa de um ano novo um pouco mais feliz.

Com reportagem de Alessandra Kianek

Publicado em VEJA de 1º de janeiro de 2020, edição nº 2667

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