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Nordeste concentra 60% dos desalentados – situação é pior para mulheres

Entre maio e julho, a quantidade de desalentados no país era de 4,8 milhões, segundo os dados mais recentes da Pnad

Por Redação
Atualizado em 20 set 2018, 12h40 - Publicado em 20 set 2018, 12h16

Mulheres nordestinas de baixa escolaridade são as que mais desistem de procurar um emprego (situação de desalento), segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado nesta quinta-feira. Entre maio e julho, a quantidade de desalentados no país era de 4,8 milhões.

O comportamento é expressivo na região Nordeste, onde estão 60% de todos os desalentados. No Sudeste, concentram-se 21,4% dos brasileiros que desistiram de procurar trabalho após ficar muito tempo desempregados.

“Esta elevada parcela [de desalento] em relação às demais regiões do Brasil reflete as próprias características do mercado de trabalho nordestino, marcado pela mais alta taxa de desemprego, maior parcela de informalidade, menor taxa de participação, além de salários reais mais baixos”, pontua o estudo do Ipea.

Por gênero, as mulheres representam 54,4% dos desalentados do país. Os homens são 47,6% dessa população que desistiu de procurar emprego.

O trabalhador costuma desistir de procurar emprego quando não acredita que encontrará um, principalmente porque está há tempo demais desocupado, ou porque não tem mais dinheiro para buscar trabalho. O porcentual de pessoas desempregadas há mais de dois anos passou de 22% para 24% entre o segundo trimestre de 2017 e igual período de 2018.

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Metade dos desalentados tem apenas o ensino fundamental incompleto. A desistência é frequente entre jovens de 18 a 24 anos: apesar de representaram só 15% da população ativa, eles correspondem a 25% dos desalentados.

Ainda segundo o levantamento, o índice de pessoas que saíram do desemprego para a inatividade chegou a 22,4% no segundo trimestre de 2018. No início de 2016, eram 14%.

Entre aqueles que deixaram o emprego para a inatividade, a proporção dos desalentados subiu de 11,2%, no início de 2016, para 16,7%, no segundo trimestre de 2018. “Após perderem sua ocupação, os trabalhadores não procuram emprego, ou procuram por pouco tempo e já entram na inatividade.”

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Os dados do estudo do Ipea fazem referência ao segundo trimestre deste ano e foram compilados com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad).

No trimestre encerrado em julho, o desemprego caiu para 12,3%, atingindo 12,9 milhões de pessoas. De acordo com o Ipea, “a queda da desocupação não ocorreu por conta da expansão da população ocupada, e sim devido à retração da força de trabalho”.

O estudo também destaca que a melhora na taxa de ocupação deve-se ao setor informal. “Indicando que a retomada do emprego ocorre em condições aquém das desejáveis”.

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