Muito embora material escolar, Imposto sobre Veículo Automotor (IPVA) e Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) serem despesas previstas para todo mês de janeiro, apenas 9% dos brasileiros afirmam ter dinheiro para pagar essas contas, de acordo com levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
Para a economista-chefe do SPC, Marcela Kawauti, o dado é alarmante pois as despesas, apesar de sazonais, são fixas todos os anos. “Não dá para alegar surpresa quando chega o vencimento dos impostos ou quando pega a lista do material escolar. É um sinal preocupante, pois são despesas que podem ser programadas.”
Apesar de pouca gente afirmar possuir dinheiro para quitar as contas, o número de pessoas que fizeram uma reserva financeira paras despesas de janeiro subiu de 21% em 2018 para 31% em 2019.
Há ainda 31% de entrevistados que dizem ter guardado ao menos parte do 13º salário para cobrir os gastos, ao passo que 24% decidiram abrir mão das compras de Natal para sobrar recursos. O levantamento também descobriu que 19% fizeram trabalho extra para aumentar a renda e conseguir honrar os compromissos de começo de ano.
Caso não tenha o dinheiro para quitar as contas, o consumidor deve tentar parcelar os pagamentos. Nesse caso, a indicação do SPC é que os consumidores façam um orçamento anual já considerando o dinheiro para as contas do ano que vem. Guardar o mesmo valor que vai gastar neste ano é um passo importante.
Parcelamento é boa saída
No caso do IPVA, a maioria dos estados oferece descontos para pagamentos à vista. Então, acaba sendo vantajoso quitar a despesa de uma vez só em janeiro. Segundo o órgão de proteção ao crédito, para saber se vale a pena pagar o imposto à vista é preciso simular quanto o dinheiro renderia na poupança pelo período do parcelamento do IPVA. Se o rendimento for menor que o desconto, tente se programar paga quitar o imposto.
No caso de um carro com IPVA de 1.200 reais e desconto de 3%, como o oferecido em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, o abatimento será de 36 reais para pagamento em cota única.
A simulação mostra que o consumidor que investir o valor do tributo e sacar as parcelas a cada vencimento terá um rendimento final de apenas 6 reais – considerando uma aplicação com juros de 0,5% ao mês, como é o caso de alguns investimentos de renda fixa, que superam a poupança. A caderneta rende, em média, 0,37% ao mês.
Nos estados em que o desconto é maior, pagar à vista é ainda mais vantajoso. O abatimento no Amazonas pode chegar a 30%, e no Rio Grande do Sul a 25%.