Número de afastados do trabalho cai e indica retomada
Segundo IBGE, número de pessoas que não estavam trabalhando por causa da Covid caiu 1,1 milhão entre a primeira e segunda semana de junho
O número de pessoas ocupadas que estavam temporariamente afastadas do trabalho devido ao isolamento social, medida de combate ao novo coronavírus, caiu de 13,5 milhões na primeira semana de junho para 12,4 milhões na segunda semana do mês. Como a população desocupada ficou estável nesse período, os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 3, indicam que 1,1 milhão de pessoas voltaram ao trabalho com a flexibilização do distanciamento social adotada em algumas cidades do país. Segundo a Pnad Covid, pesquisa desenvolvida pelo instituto em parceria com o Ministério da Saúde, na primeira semana de maio 16,6 milhões estavam afastadas.
A retomada da atividade econômica está no radar do Ministério da Economia. O ministro Paulo Guedes sustenta que o fundo do poço foi atingido em abril, e de maio para frente, já há sinais de reaquecimento. Como mostra VEJA desta semana, dados de emissões de notas fiscais em junho — melhores até que no ano anterior — e índices de confianças de empresários, corroboram a visão de que o fundo do poço, ao menos na economia, ficou para trás. No caso do mercado de trabalho, ainda há o fechamento de vagas, mas a retomada gradual das atividades, somada a medidas que podem ajudar a conter a demissão no mercado formal, têm dado indicadores positivos sobre a atividade brasileira.
Apesar disso, ainda há muita gente sem emprego, e é justamente a reativação da mão de obra a medida que vem sendo gestada pela equipe econômica. Na segunda semana de junho, o IBGE estima que 170 milhões pessoas estavam em idade para trabalhar, mas somente 83,5 milhões estavam ocupadas. Esse número permaneceu estável desde a primeira semana de maio, e mostra que menos da metade (49,0%) das pessoas estavam trabalhando na segunda semana de junho.
Teletrabalho
Entre os ocupados, 8,5 milhões trabalharam de forma remota, o que representa 12,5% de trabalhadores não afastados do trabalho em virtude da pandemia. Esse grupo, que oscilou ao longo das últimas semanas, chegando a 8,9 milhões na primeira semana de junho, retornou ao patamar do início de maio (8,5 milhões).
Segundo a pesquisa, os desempregados que gostariam de trabalhar, mas não procuraram emprego por causa da pandemia ou por falta de vagas no local onde vivem ficaram em 18,2 milhões de pessoas, indicando estabilidade na comparação com a primeira semana de junho. Esse grupo correspondia a 68% das pessoas não ocupadas que não buscaram por trabalho e gostariam de trabalhar. Por ter metodologia diferente, os dados da Pnad Covid não podem ser utilizados em comparação com a Pnad Contínua, pesquisa mensal do instituto sobre a população brasileira.