Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Número de contratos suspensos ou salários cortados passa de 4,8 milhões

Medida provisória permite que empresas reduzam em até 70% o contrato de trabalho ou suspenda serviço

Por Larissa Quintino Atualizado em 1 Maio 2020, 14h44 - Publicado em 1 Maio 2020, 14h15

Até esta sexta, quando se comemora o Dia do Trabalho, 4.845.530 trabalhadores brasileiros tiveram contratos de trabalho suspensos ou reduzidos. O governo comemora que, com a crise causada pelo coronavírus, o número, até o momento, de postos de trabalhos formais foram preservados no Brasil. Sem a possibilidade de redução, a área econômica avalia que essas 4,8 milhões de pessoas que têm carteira assinada no país se somariam aos 12,9 milhões de pessoas que, até o mês de março, estavam desempregadas. A medida, para quem tem o contrato suspenso ou reduzido, pode ser ruim no momento, mas garante uma estabilidade provisória enquanto a crise da Covid-19 se alastra pelo país.

Em vigor desde o dia 1º de abril, a medida provisória 936 permite que as empresas reduzam a carga horária e salário de trabalhadores e, como contrapartida, o empregado recebe do governo uma verba indenizatória calculada com base no seguro desemprego. A outra parte da medida é uma espécie de lay-off, que tem como objetivo a suspensão dos contratos de trabalho por queda na demanda das linhas de produção. A diferença do lay-off, que já existia, é que a empresa não é obrigada a fornecer o curso de qualificação. O trabalhador recebe o salário com base no que teria direito no seguro-desemprego e os benefícios pagos pela empresa (vale alimentação e plano de saúde) continuam vigentes. O trabalhador tem, como outra contrapartida, estabilidade provisória de trabalho: o tempo em que o contrato tiver reduzido (até três meses) ou suspenso (até dois meses), mais um período igual o da alteração.

ASSINE VEJA

Moro fala a VEJA: ‘Não sou mentiroso’
Moro fala a VEJA: ‘Não sou mentiroso’ Em entrevista exclusiva, ex-ministro diz que apresentará provas no STF das acusações contra Bolsonaro. E mais: a pandemia nas favelas e o médico brasileiro na linha de frente contra o coronavírus. Leia nesta edição. ()
Clique e Assine

A meta do governo, com esse programa, é que até 24,5 milhões de postos de trabalho formais no país não sejam fechados. Com isso, o país garantiria capacidade produtiva para a retomada da crise. Porém, não é possível dizer se todo esse montante de empregos será preservados. Para José Pastore, professor de relações do trabalho da USP, é difícil mensurar o impacto de qualquer medida de preservação de empregos porque não se sabe até quando a crise irá. Além disso, é possível que haja um impacto de redução de postos de trabalho após o fim dessa medida, a depender do grau de resposta da economia brasileira no pós crise.  

 

Para trabalhadores que ganham até três salários mínimos (3.135 reais), é possível que a jornada seja reduzida ou suspensa mediante a acordo individual. Neste caso, a perda da massa salarial é bem pequena ou quase nula, porque o benefício baseado no seguro-desemprego pagos pelo governo. Para quem ganha mais que esse valor, a perda salarial já é maior, e, por isso, são necessários acordos coletivos. Para ajudar trabalhadores afetados por mudanças contratuais, VEJA preparou uma calculadora. Para utilizar, basta informar o salário (sem pontos) e escolher a modalidade da redução.

Continua após a publicidade

Os pagamentos são feitos diretamente pelo governo na conta corrente do trabalhador, informada no momento do acordo. O benefício é depositado uma vez por mês, 30 dias após a empresa informar o acordo ao Ministério da Economia.

Sem dados

Outro problema para verificar a eficácia do programa é a falta de estatística do mercado formal de trabalho. O governo ainda não divulgou nenhum dado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) em 2020. O argumento para o apagão estatístico é que a base para envio mudou e as empresas não conseguiram informar os dados corretamente. Com o avanço da pandemia, muitos escritórios de contabilidade que fazem esse serviço para os empregadores estão fechados, o que tem, segundo o governo, dificultado ainda mais a confiabilidade dos números.

Atualmente, a única base de dados disponível é a Pnad, feita pelo IBGE. Porém, ao contrário do Caged, ela é feita por amostragem e também o mercado informal. Com a pandemia de coronavírus, no entanto, o IBGE passou a realizar entrevistas por telefone.

Continua após a publicidade

O secretário de Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Dalcomo, disse em entrevista à BBC que a expectativa do governo é soltar agora em maio os dados do Caged de janeiro a abril. Só assim, será possível começar a medir o impacto da pandemia e se é necessário algum ajuste na política de combate ao desemprego.

Publicidade

Imagem do bloco

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.