O alerta do Banco Central sobre o endividamento dos brasileiros
O endividamento das famílias brasileiras atingiu o maior patamar desde outubro de 2023 e o custo do crédito avançou com juros a 29,8% ao ano

O endividamento das famílias brasileiras chegou a 48,3% da renda com comprometimento de 26,8% do orçamento mensal para o pagamento de dívidas. É o maior patamar desde outubro de 2023. Os dados foram divulgados pelo Banco Central nesta quinta-feira, 13. O crédito no Brasil deu uma leve desacelerada em janeiro, impactado pela valorização do real e por uma retração no crédito para empresas, Apesar da alta do endividamento, a inadimplência segue controlada, com uma leve alta para 3,2%, mas ainda em queda na comparação anual. O BC mostra que o custo do crédito subiu. A taxa média de juros alcançou 29,8% ao ano.
O custo do crédito subiu. A taxa média de juros alcançou 29,8% ao ano, com alta de 1,2 ponto percentual no mês. Para empresas, a taxa ficou em 21,4%, enquanto para famílias atingiu 33,8%. O spread bancário, que reflete a diferença entre o custo de captação dos bancos e o que é cobrado dos clientes, foi de 18,6 pontos percentuais.
O relatório mostra que total de crédito disponível para empresas e famílias foi de 8,5 trilhões de reais, equivalente a 155,6% do PIB. Houve uma queda de 0,8% no mês, influenciada pela valorização de 5,2% do real no mês, que reduziu os empréstimos externos. No acumulado de 12 meses, o crédito cresceu 14,4%, puxado principalmente por títulos de dívida (+16,5%) e empréstimos internos (+11,4%).
Para as empresas, o crédito total foi de 6,6 trilhões de reais, mas caiu 1,9% no mês, devido à queda nos empréstimos externos e do sistema financeiro. No entanto, houve crescimento de 17,8% em 12 meses, impulsionado por títulos de dívida (+30,1%). Já para as famílias, o crédito totalizou 4,3 trilhões de reais, com alta de 1,1% no mês e 12,6% no ano, liderado pelos empréstimos do sistema financeiro.
O crédito total do sistema financeiro permaneceu estável em 6,5 trilhões de reais no último mês, refletindo dinâmicas distintas entre os segmentos. O crédito para pessoas físicas registrou alta de 1,2%, enquanto o destinado a empresas sofreu retração de 1,8%.
No crédito livre, que não conta com subsídios governamentais, o volume atingiu R$3,7 trilhões, uma queda de 0,5% puxada pela redução nas linhas de capital de giro, adiantamento de contratos de câmbio e antecipação de faturas de cartão. Já o crédito direcionado, voltado a setores como habitação e infraestrutura, avançou 0,9% no mês, totalizando R$2,7 trilhões.