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‘O Brasil quebra antes’: por que Stuhlberger vê juro real elevado com maus olhos

Títulos públicos estão oferecendo retornos elevados, mas capacidade de pagamento do governo é questionada

Por Juliana Machado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 28 jan 2025, 18h50 - Publicado em 28 jan 2025, 18h29

As taxas do Tesouro IPCA+, nome comum dado às Notas do Tesouro Nacional (NTN-B) — títulos do governo que pagam a inflação mais um prêmio (um percentual “extra”) –, estão com um retorno reluzente, acima dos 7% ao ano. Trata-se de um nível que não se vê há vários anos, mas que, por mais que seja atraente ao investidor, conta uma história perigosa: a capacidade do governo de honrar as dívidas. Esse é o questionamento levantado por Luis Stuhlberger, gestor do fundo Verde, um dos mais antigos e importantes do Brasil.

“Se você me disser que a NTN-B (com vencimento em ) 2035 está pagando 7,85%, tenho certeza de dizer para vocês que, para quem comprar uma NTN-B dessa e carregar até o final, o juro não será de 8% real (acima da inflação) pelos próximos 10 anos, porque o Brasil quebra antes”, afirmou, durante evento do UBS em São Paulo nesta tarde.

Stuhlberger também declarou que um ganho de 15% líquido em um investimento em títulos isentos de imposto de renda vira um “piquenique à beira do vulcão” e que o mercado financeiro “sempre vai olhar para a sustentabilidade da dívida” para precificar os riscos.

Ainda de acordo com o gestor, “alguma coisa vai ter que acontecer, e vai acontecer” para mudar essa realidade, seja uma mudança de governo, seja uma mudança na mentalidade do atual governo. “Eu não tenho a menor ideia de como resolver isso. Nenhuma alternativa é boa, mas não dá para a gente pagar juro de 8% por 10 anos seguidos”, declarou.

Apesar do prognóstico negativo, Stuhlberger afirmou que não é dado como certo que este é o momento de comprar dólares. Isso porque o Legislativo e o Judiciário estão em recesso, de maneira que o debate sobre os problemas do Brasil vão voltar para a mesa à medida que as atividades recomeçarem.

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O gestor também teceu comentários positivos em relação ao Banco Central, cuja transição para o mandato de Gabriel Galípolo foi positiva, sobretudo em relação às duas altas de juros “contratadas” para as próximas reuniões.

“Até agora, a transição do Banco Central, junto do Galípolo e com Roberto Campos Neto garantindo as duas altas de 100 pontos-base (1 ponto percentual), foi um negócio muito bem-feito”, afirmou. “Acho que, perto do que a gente esperava do Banco Central deste governo, foi muito melhor.”

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