A China retomou nesta quinta-feira, 23, as importações de carne bovina do Brasil um mês após a detecção de um caso atípico de doença da vaca louca. A retomada do comércio acontece um dia antes da chegada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país asiático.
Durante a visita, Lula estará acompanhado de uma delegação empresarial de 240 representantes, incluindo 43 executivos do setor de carnes, como os da J&F, controladora da JBS. O Brasil busca renegociar os protocolos sanitários para evitar que um único caso de vaca louca leve à proibição de exportação para todo o país, o que tem prejudicado os produtores de carne bovina brasileira em até 25 milhões de dólares por dia.
Dessa vez, o período do embargo foi menor e gerou menos prejuízos comparado ao de 2021, quando a suspensão durou três meses.
A China é o maior importador de carne bovina brasileira, correspondendo a 53,3% das exportações em 2022. No entanto, as exportações brasileiras de carne bovina in natura e processada tiveram queda de 1% no primeiro bimestre deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado. Em fevereiro de 2023, por exemplo, as importações totalizaram 71,7 mil toneladas, o menor valor desde janeiro de 2022. A receita também caiu 13% no período, segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), refletindo em parte a suspensão das exportações para a China. Além disso, os preços também caíram, o que levou a uma diminuição de 4,2% na receita em relação ao mesmo período de 2022
O governo brasileiro espera que a visita do presidente Lula à China leve ao fim do embargo às exportações de carne bovina e à autorização de mais frigoríficos brasileiros para exportar seus produtos para o país. Desde 2019, a China não tem emitido novas certificações para permitir que empresas brasileiras exportem carnes de boi, porco e frango.