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O que a nova arena do Manchester City ensina aos clubes brasileiros

Manchester City obteve aprovação para projeto de expansão de estádio; clubes seguem tendência para modernização e capitalização de mais recursos com arenas

Por Pedro Gil Atualizado em 18 ago 2023, 11h24 - Publicado em 18 ago 2023, 09h07
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  • Ter uma casa que comporte o maior número de pessoas possível e ofereça as melhores experiências aos torcedores tem sido o objetivo dos principais clubes do mundo. O caso mais recente é o Etihad Stadium, do Manchester City, que nos últimos dias obteve a aprovação do conselho da cidade de Manchester para executar o projeto de renovação do estádio e intervenções em seu entorno.

    As obras se iniciarão em novembro e custarão em torno de 300 milhões de libras (aproximadamente 1,83 bilhão de reais). O projeto prevê a expansão da arquibancada norte da arena, de modo a ampliar a capacidade de 53,4 mil lugares para mais de 60 mil, além da construção do City Square, um centro comercial que será erguido ao lado do estádio e integrado ao local.

    Com uma ‘Fan Zone’ com capacidade para 3 mil pessoas, a nova versão do Etihad também buscará proporcionar uma série de novas experiências aos torcedores, com opções de restaurantes, uma loja oficial e um museu do clube. “Era algo inédito ter um restaurante com qualidade e serviço dentro de um estádio de futebol. Hoje, além de ser uma tendência a alta gastronomia, a localização com visão para o campo também se destaca”, explica Mark Zammit, CEP do camarote Braza, no Allianz Parque.

    O complexo também contará com um hotel com capacidade para receber 400 pessoas. No Brasil, um dos clubes que desenvolveu projeto semelhante foi o Botafogo-SP, que inaugurou um hotel no Estádio Santa Cruz, projetado para hospedar 56 pessoas, além de sala para a comissão técnica, área de convivência e um auditório. No caso, a construção foi pensada para “proporcionar a estrutura necessária ao elenco e impulsionar a preparação para os jogos em casa”, afirma o gestor da SAF do Clube, Adalberto Baptista.

    Antes de divulgar o planejamento completo para o novo espaço, em abril, o clube de Manchester também consultou os torcedores e a comunidade local. “Este movimento traz a oportunidade de expansão não só da vivência de uma nova experiência aos torcedores, bem como a possibilidade de emprego de novas tecnologias com potencial de ampliação do relacionamento do espectador com a partida através de ações do uso de realidade aumentada ou a possibilidade da uma nova maneira de consumo dentro destas arenas”, diz Renan Borges, head de tecnologia da agência End to End.

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    No cenário brasileiro, um projeto como este do Manchester City seria complexo, mas possível. “Esses projetos podem abrir caminho para uma tendência crescente de modernização e reestruturação de estádios em solo nacional”, diz Otávio Pedroso, arquiteto da Recoma, empresa especializada em infraestrutura e construções esportivas.

    Na Europa, outros grandes clubes vêm realizando reformas, como o Real Madrid, que planeja um gramado retrátil para ser retirado e reinserido conforme a demanda por outros eventos em sua arena, e o Barcelona, que pretende reconstruir a estrutura do Camp Nou e os arredores do local. No Brasil, a tendência da criação ou reformulação de estádios também é vista com as reformas da Vila Belmiro (Santos) e do Nabi Abi Chedid (Red Bull Bragantino), e com a construção da Arena MRV (Atlético-MG). “É necessário buscar experiências para além do jogo em si. Shows musicais, contato direto com ex-jogadores, comida e bebida à vontade são alguns dos serviços que agregam a ida ao palco de um jogo de futebol”, pontua Léo Rizzo, responsável pela Soccer Hospitality, que faz a gestão de camarotes em estádios do Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos e Botafogo.

    Diversos clubes também vêm efetuando uma série de outras reformas e modernizações, como o Sport que, na Ilha do Retiro, já realizou revitalização no setor das cadeiras centrais e a requalificação do piso. “A partir de uma imersão realizada no Allianz Parque, pude conhecer o funcionamento da estrutura do estádio e buscar referências para tentar reproduzir algo parecido em nossa casa”, afirma Yuri Romão, presidente do Sport.

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