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O que ensina a espetacular queda livre da Magalu no mercado de ações

Papeis da companhia derreteram nos últimos dois anos

Por Redação Atualizado em 7 Maio 2025, 22h49 - Publicado em 7 Maio 2025, 20h38

Nos últimos dois anos, as ações do Magazine Luiza acumularam uma estrondosa queda de 81%. Em seu melhor momento, janeiro de 2023, o papel chegou a ser negociado por 45 reais. No fechamento desta quarta-feira 7, após uma queda de 2,3%, a ação valia apenas 8,54 reais. Com isso, uma empresa que chegou a valer quase 180 bilhões de reais, virou um negócio de pouco mais de 6 bilhões de reais. A implosão é ainda mais impressionante quando se lembra que a empresa controlada pela família Trajano não enfrentou nenhum evento extremo no período, como a descoberta de fraudes bilionárias ou um pedido de recuperação judicial.

O derretimento do Magalu na bolsa se deve, exclusivamente, à incapacidade da companhia de atender as expectativas que ela mesma alimentou. A maior delas foi a de que seria bem-sucedida na transição para o varejo online. Fundada no município de Franca (SP) em1957, a rede de móveis e eletrodomésticos abriu seu capital na bolsa em 2011. Nos anos seguintes, tornou-se uma espécie de queridinha dos pequenos investidores encantados com a promessa de que o Magazine se tonaria uma das maiores do ramo. Em seu ápice, em meados de 2020, esse sonho atraiu mais de 1 milhão de investidores pessoas físicas para suas ações, e seu valor de mercado atingiu o recorde de 177,5 bilhões de reais.

A ilusão, contudo, se desfez rapidamente. A aquisição acelerada de empresas de e-commerce, como o Kabum! e a Netshoes, bem como os demais investimentos em desenvolvimento, não apresentaram os resultados esperados, e a prometida explosão do Magazine Luiza nas vendas online não passou de um tiro de festim. O crescimento do e-commerce avança a passos de tartaruga, bem como a integração das lojas físicas com o site – o chamado omnichannel.

Para completar, declarações de Luiza Trajano, a matriarca do clã, também azedaram o humor dos investidores. Em 2023, por exemplo, ela afirmou que as ações “estavam apanhando”, porque a empresa “sempre acreditou em loja física”. A afirmação fez os analistas questionarem se a empresária apoiava, de fato, a digitalização da companhia ou se apenas jogava para a torcida. Na dúvida, a maioria dos investidores decidiu não pagar para ver. Aqueles que continuaram com as ações só viram uma coisa desde então: a destruição de uma fatia relevante de seu patrimônio.

Luiza Trajano passou o comando do negócio para o filho, Fred Trajano, em 2016. Ele ocupa desde então o cargo de CEO. Luiza, por sua vez, passou a ser presidente do conselho de administração. O mercado atribui as apostas equivocadas dos últimos anos à gestão de Fred. Em 2021, ele se tornou sócio de um portal de notícias, o Poder360, comprando uma fatia de 25% do negócio.

O Poder360, que se define como um veículo “independente”, já publicou mais de 500 notas sobre a Magalu, mas nenhuma delas sobre a impressionante derrocada da companhia na bolsa.

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