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O que você precisa saber antes de colocar seu dinheiro em uma fintech

Enquanto a taxa média de juros praticada pelos bancos do país fica em torno de 5,67% ao mês, nas fintechs é de 1,90% ao mês

Por Vinicius Pereira
Atualizado em 15 jun 2018, 18h10 - Publicado em 8 jun 2018, 06h00

Uma das apostas do Banco Central para baratear o custo do crédito para o consumidor é a ampliação da concorrência bancária, setor dominado por cinco grandes instituições – Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa Econômica Federal. Para reduzir a taxa de juros, o BC liberou em abril as fintechs (empresas financeiras de tecnologia) para conceder empréstimos sem a necessidade de intermediação de um banco.

Dessa forma, a autoridade monetária tenta ampliar a oferta e, finalmente, levar a queda dos juros a pessoas e empresas que têm necessidade de captar crédito. A aposta faz sentido. Ao todo, são cerca de 410 fintechs em operação no país, segundo dados da ABFintechs (Associação Brasileira de Fintechs). Enquanto a taxa média de juros praticada pelos bancos do país fica em torno de 5,67% ao mês, segundo pesquisa da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças), a das fintechs gira em 1,90%.

Segundo Pedro Englert, conselheiro da ABFintechs, os custos dos empréstimos às fintechs são mais baixos graças ao uso da tecnologia em larga escala – seja na ausência de agências físicas ou na eficiência eletrônica. Dessa forma, essas empresas conseguem oferecer dinheiro mais barato a quem precise -forçando a margem do mercado para baixo. “As fintechs estão aprendendo e também trabalhando com menos agressividade no lucro”, diz.

Mas, nem tudo são flores nesse novo setor. A Nubank, por exemplo, que há dois anos inovou ao cobrar menos da metade dos juros no rotativo do cartão de crédito, hoje já possui taxas equivalentes (ou até maiores) que os bancos tradicionais. Enquanto a fintech cobra 15% ao mês no chamado rotativo não regular – quando não há pagamento da fatura -, os cinco grandes bancos cobram entre 10% e 17%, segundo dados do BC.

Outro problema é justamente a tecnologia. De acordo com especialistas do setor, os correntistas acostumados a lidar com bancos tradicionais podem estranhar a maneira como as fintechs trabalham. Na maioria dos casos não há agências físicas ou gerentes para auxiliar pessoalmente os clientes. Além disso, também é necessário mais familiaridade sobre o funcionamentos de aplicativos e do próprio celular -o que deixa esse setor ainda mais longe de boa parte da população brasileira.

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VEJA listou as principais fintechs do país, como elas funcionam e o que você precisa saber antes de se tornar cliente. Confira abaixo:

Nubank
A fintech mais famosa do país começou oferecendo cartão de crédito sem anuidade e atualmente também conta com uma conta digital – a NuConta – sem a cobrança de tarifas para TED, transferência ou outros serviços. O dinheiro parado na conta tem uma remuneração melhor que a de várias aplicações: 100% do CDI.

Para obter um cartão de crédito ou abrir uma conta, o interessado precisa apenas entrar no site da empresa ou baixar o aplicativo, fazer um cadastro e aguardar a confirmação.

A empresa, contudo, não oferece agências físicas e ainda não disponibiliza formas variadas de investimentos. Além disso, as taxas de juros cobradas no rotativo do cartão de crédito caminham, agora, em linha com o mercado tradicional -apesar de permanecer sem anuidade.

Banco Inter
Primeira Fintech a abrir capital na B3, o banco Inter oferece contas digitais sem custos ao cliente, mas, por ser 100% digital, não possui agências físicas. O interessado precisa preencher um formulário, enviar poucos documentos solicitados pelo aplicativo e já estará cadastrado.

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A fintech oferece contas para pessoas físicas, jurídicas ou MEIs (Micro Empreendedor Individual), além de empréstimos, financiamento, investimentos variados e operações de câmbio.

Just

Essa fintech funciona como uma plataforma de empréstimos online -principalmente para crédito pessoal. O cliente tem de realizar um cadastro para que a empresa possa realizar a análise de crédito pela internet. O passo seguinte é alinhar tempo e juros que o interessado deseja pagar e o empréstimo é aprovado. Uma curiosidade é que o contrato é assinado na própria tela do computador.

Creditas
Essa empresa trabalha fornecendo empréstimos com garantia. O cliente utiliza um bem, como um carro ou casa, como garantia e tem a possibilidade de emprestar com taxas de 1,15% ao mês.

Como os bens são garantia, o risco da operação é menor e, dessa forma, a fintech consegue oferecer taxas menores. Todo o processo, contudo, é feito de forma online e o cliente não tem acesso a agências.

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Nexoos
Essa plataforma conecta empresas que necessitam de empréstimos a pessoas que estão dispostas a conceder crédito em troca do pagamento de juros -chamado de peer-to-peer lending. Todas as operações são feitas rapidamente pelo site.

A empresa faz o pedido de empréstimo. Após a análise da Nexoos, esse pedido é colocado à disposição dos investidores. Caso financiado, a empresa recebe o empréstimo e os investidores os pagamentos mensais.

A grande vantagem para as empresas são as taxas, de 1,3% ao mês iniciais – menores que de grandes bancos. Já os investidores conseguem retornos maiores que os oferecidos tradicionalmente.

GuiaBolso
O GuiaBolso é um aplicativo que auxilia as pessoas na gestão financeira, contabilizando todos os gastos realizados. Além disso, ele também ajuda o interessado a escolher as melhores linhas de crédito para empréstimos no mercado.

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Agibank
Outra fintech do setor bancário e digital, o Agibank funciona nos mesmos moldes do banco Inter. Além de todo o pacote de serviços gratuitos, também oferece aos clientes a possibilidade de realizar pagamentos através do QR Code diretamente pelo celular.

FinanZero
Essa fintech é uma plataforma que busca as melhores taxas disponíveis no mercado para a tomada de crédito, seja empréstimo pessoal, financiamento de veículos ou refinanciamento de imóvel, por exemplo.

O cliente precisa preencher um formulário para receber opções de crédito de diversas instituições para analisar qual é o mais interessante.

Kavod Lending
Mais uma fintech que aposta na nova operação peer-to-peer lending, ou seja, oferece empréstimos online para pequenas e médias empresas baseada em análises feitas pela Kavod. Toda a operação é online e a promessa é de juros bem abaixo do mercado.

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Neon Pagamentos
A Neon Pagamentos oferece cartões de crédito virtuais para compras online, sem cobrança de anuidade. A fintech também passou a oferecer serviços bancários através do banco Neon, que teve suas operações liquidadas extrajudicialmente pelo BC.

Agora, a fintech se aliou a outra instituição para continuar oferecendo os benefícios de banco, como empréstimos, financiamentos e investimentos. Tudo, novamente, online e sem a possibilidade de utilizar uma agência física.

Monkey
Essa fintech aproxima, de forma online, compradores e fornecedores para que ambos tenham os melhores preços do mercado para recebíveis.Dessa forma, empresas conseguem taxas relativamente pequenas para antecipar pagamentos de maneira simples.

A plataforma funciona basicamente como um leilão digital, onde novos títulos ou recebíveis são negociados diretamente, aumentando a competição e, assim, reduzindo juros. Tudo de forma online.

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