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O recado do relatório da ONU a Lula e Haddad

Relatório das Nações Unidas sobre a Situação Econômica Mundial e Perspectivas para 2025 estima que o Brasil cresça menos do que média global

Por Camila Pati Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 jan 2025, 17h35 - Publicado em 9 jan 2025, 17h27

Embora o desempenho da economia brasileira  em 2024 supere a média mundial, a previsão da ONU para a 2025 e 2026 é de desaceleração no ritmo de crescimento. Divulgado nesta quinta-feira, o  Relatório das Nações Unidas sobre a Situação Econômica Mundial e Perspectivas para 2025 aponta  crescimento do PIB  brasileiro de 3%. O resultado é menor do que a estimativa dada pelo ministro Fernando Haddad de 3,6%.

Ainda que menos otimista que o ministro, o resultado apontado pela ONU ficou acima da média global de 2,8% e também superou a expansão de 1,9% registrada na América Latina. O Brasil também foi o país com o maior reajuste nas previsões de crescimento entre as grandes economias do mundo. A estimativa da ONU foi elevada em 0,9 pontos percentuais em relação à projeção de meados de 2024.

Esse crescimento robusto veio acompanhado de um avanço no mercado de trabalho, com a taxa de desemprego caindo para o nível mais baixo da década, alcançando 6,2% em outubro de 2024. Porém, a expectativa para os próximos anos aponta para os desafios da agenda econômica.

Para 2025, a previsão é de que o PIB brasileiro cresça menos do que a média global: apenas 2,3%, ante a média global de 2,8%. A desaceleração se deve a vários fatores, como “a política monetária mais rígida, os gastos fiscais mais restritos e a expectativa de exportações mais fracas”, destaca o relatório.

Contudo, o consumo privado deverá se manter resiliente, sustentado por um mercado de trabalho forte, elevados gastos sociais e o aumento do salário mínimo, o que pode ajudar a mitigar os impactos dessa desaceleração. “O crescimento da formação bruta de capital fixo também deve desacelerar em 2025 devido aos custos de financiamento mais altos. Apesar desses desafios, o consumo privado provavelmente permanecerá resiliente, apoiado por um mercado de trabalho forte, gastos sociais elevados e um aumento no salário mínimo”,

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Embora o Brasil enfrente um arrefecimento em seu crescimento, o país ainda apresentará um desempenho superior à média histórica de 1,4% de expansão entre 2010 e 2019. A ONU também destacou que a redução da pobreza no Brasil tem sido uma consequência positiva do crescimento econômico. Em 2023, a taxa de pobreza caiu cerca de 3 pontos percentuais, ficando em 16,1%.

Incertezas globais

O cenário global também aponta para uma série de incertezas geopolíticas que podem afetar a economia mundial em 2025. A ONU estima que crescimento dos Estados Unidos vai cair quase um terço, na comparação com o ano passado. As disparidades regionais marcam as projeções do relatório.

Com  ritmo acelerado, o Sul da Ásia deve decolar e se manter como a região com crescimento mais rápido. O aumento do PIB projetado para este ano é de 5,7%, puxado pelo crescimento de 6,6% da Índia. O relatório prevê que o Leste Asiático cresça 4,7% em 2025, impulsionado pelo crescimento estável projetado para a China de 4,8%.

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Já na Europa, a expectativa é de uma recuperação modesta, com o crescimento do Produto Interno Bruto, PIB, de 0,9% em 2024 para 1,3% este ano. A redução da inflação e resiliência dos mercados de trabalho influenciam o resultado.

Na África, o crescimento econômico promete passar de 3,4% no ano passado para 3,7% em 2025, influenciado pela recuperação, ainda que tímida, de países como Egito, Nigéria e África do Sul. A ONU destaca, no entanto, que conflitos persistentes, dívidas cada vez mais caras, oportunidades de emprego escassas e os impactos cada vez mais severos das mudanças climáticas continuam a desafiar a resiliência da economia africana.

 

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