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A posição vexaminosa do Brasil no ranking mundial de controle de contas públicas

País terá um dos maiores déficits nominais do mundo se não adotar políticas fiscais estruturais que acertem o rumo da dívida

Por Juliana Machado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 jan 2025, 23h08 - Publicado em 15 jan 2025, 11h28

Quando o assunto é controle do nível de endividamento, o Brasil parece só andar para trás. O resultado do déficit nominal do país em 2024 e 2025 será um dos piores do mundo — e bem acima dos pares emergentes — ao atingir a marca de 7,8% do produto interno bruto (PIB) no ano passado e 8,6% do PIB neste ano, segundo estimativas do BTG Pactual a partir de dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Central.

O déficit nominal equivale ao resultado das receitas menos as despesas do governo (resultado primário), acrescido do pagamento de juros da dívida. É um indicador essencial observado por economistas para avaliar a qualidade e a saúde das contas públicas de um país. Entre os pares do Brasil, países como México, Chile, Colômbia e Peru deverão registrar déficits nominais abaixo de 4% do PIB em 2025.

Segundo o relatório do BTG assinado pelo time de pesquisa macro da casa, a situação é tão dramática que o déficit nominal do Brasil só ficará atrás do da Bolívia entre 25 países emergentes e desenvolvidos. Em 2023, a Bolívia marcou um déficit de 10,9% do PIB, enquanto o Brasil chegou a 8,8%. Em 2024, o déficit estimado do país vizinho é de 10,4% do PIB; em 2025, 9,7%.

O relatório do BTG também aponta que o déficit nominal médio do governo atual deverá ser de 8,2% do PIB, permanecendo pressionado ao longo de todo o mandato. De 2019 a 2022, a média era de 7% e, de 2015 a 2018, foi de 8,5%.

“Ainda que nosso cenário base aponte para o cumprimento das regras fiscais em 2024, a perspectiva para a dívida pública é de crescimento contínuo para os próximos anos, devendo atingir 86% do PIB ao final 2026, um crescimento de 14 pontos percentuais ao longo da atual gestão”, diz trecho do estudo.

O levantamento também mostra que o cumprimento da meta fiscal e do limite de crescimento de despesas em 2025 “depende de receitas incertas e medidas de pente-fino”. “A projeção do governo considera 178 bilhões de reais em receitas incertas. Dada a resistência do Congresso para aprovar novos aumentos de impostos e a incerteza sobre a adesão do setor privado a certas medidas, incorporamos apenas 60 bilhões em nossa projeção”, diz o banco.

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