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Os escândalos que levaram à demissão do CEO do Uber

Kalanick promete voltar melhor: 'Preciso trabalhar no Travis 2.0 para que ele se torne o líder que a companhia precisa e vocês merecem'

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 21h15 - Publicado em 16 jun 2017, 08h17

O presidente-executivo do Uber, o controverso Travis Kalanick, se licenciou do cargo no começo desta semana. O afastamento dele acontece após uma série de escândalos que ameaçam a reputação da empresa, como denúncias de assédio sexual, roubo de informação empresarial, ações trabalhistas de motoristas, além da suspeita de ter criado um sistema para fraudar a fiscalização em mercados onde o serviço era proibido.

Os sinais de que algo ia mal na empresa avaliada em 70 bilhões de dólares começaram em fevereiro, quando a engenheira Susan Fowler, ex-funcionária da companhia, denunciou um caso de assédio sexual e a péssima gestão da companhia.

Veja algumas polêmicas envolvendo o Uber:

Susan Fowler
Susan Fowler (Susan Fowler/Twitter)

Assédio sexual
Em seu relato, a engenheira Susan conta que procurou o RH do Uber para denunciar o colega que a assediava e foi aconselhada a mudar de setor ou a permanecer na mesma área, sabendo que poderia ser mal avaliada pelo chefe. Segundo ela, o RH informou que não podia fazer nada contra o assediador, pois ele era um funcionário bem avaliado.

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Crise de valores
Em março, logo após a denúncia de Susan, o então presidente do Uber, Jeff Jones, saiu da companhia alegando que não podia continuar numa empresa que tinha valores incompatíveis com os seus. “As crenças e a abordagem de liderança que guiaram minha carreira são inconsistentes com o que vi e vivenciei na Uber, e eu não posso mais continuar como presidente do negócio”, escreveu ele ao se desligar do cargo.

Travis Kalanick, CEO do Uber
Travis Kalanick, CEO do Uber, discute com motorista do aplicativo (Reprodução/Youtube)

Discussão com motorista

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Kalanick foi filmado discutindo com um motorista do Uber, que disse a ele que a empresa estava falindo. O episódio repercutiu mal e o executivo foi obrigado a pedir desculpas aos motoristas e passageiros e prometer que seria um líder melhor.

“O vídeo é um reflexo do que sou, e as críticas que recebemos são um lembrete claro de que devo mudar fundamentalmente como líder, e amadurecer”, disse ele na ocasião.

Fraude na fiscalização
Reportagem do The New York Times revelou que o Uber desenvolveu um sistema para driblar a fiscalização de trânsito nas cidades onde o uso do aplicativo não estava legalizado. A companhia anunciou logo depois que estava proibindo a utilização desse programa.

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Espionagem industrial
A Waymo, divisão de carros autônomos da holding do Google, acusa o Uber de roubar tecnologia. A empresa negou, mas demitiu o principal engenheiro de sua divisão de carros inteligentes.

Investigação de assédio
Na semana passada, o Uber divulgou o primeiro relatório da investigação contratada para apurar os casos de assédio na empresa. Conduzida pelo escritório de advocacia Perkins Cole, a investigação analisou 215 queixas de assédio registradas desde 2012. A empresa decidiu demitir 20 funcionários com base nas investigações.

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Estupro na Índia
A empresa demitiu o presidente da região Ásia-Pacífico, Eric Alexander, que acessou de forma ilegal a ficha médica de uma mulher estuprada por um motorista do Uber na Índia.

Segundo o The New York Times, Alexander estava convencido de que o caso de estupro era uma armação da Ola, um dos maiores concorrentes da Uber na Ásia, para atrapalhar a expansão da companhia na região. Ele teria passado meses na Índia conduzindo sua própria investigação.

Uber 2.0
No e-mail em que informa sua licença aos funcionários, Kalanick promete voltar melhor. “Para que o Uber 2.0 possa ter sucesso não há nada mais importante do que dedicar meu tempo à construção de um time de líderes. Mas, se vamos trabalhar nesse Uber 2.0, eu preciso trabalhar no Travis 2.0 para que ele se torne o líder que a companhia precisa e que vocês merecem.”

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