Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Os planos da equipe de Guedes para a criação de uma nova CPMF

Imposto sobre transações financeiras é visto como alternativa para desoneração da folha de pagamento, uma das prioridades do ministro

Por Larissa Quintino Atualizado em 25 out 2022, 20h15 - Publicado em 25 out 2022, 12h27
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O ministro da Economia, Paulo Guedes, tem planos para dar vazão à agenda econômica, incluindo projetos que ficaram escanteados durante os quase quatro anos do governo de Jair Bolsonaro (PL). Além de um novo marco fiscal, que contemplaria a desindexação do salário mínimo, está no radar a desoneração da folha de pagamento. Para bancar a proposta de acabar com ‘a arma de destruição de massa de empregos’, como Guedes gosta de se referir à tributação sobre a folha, a adoção de um imposto sobre transações financeiras nos moldes da extinta CPMF é um dos caminhos estudados pela equipe econômica.

    Como mostrou o Radar Econômico, Guedes considera o novo imposto sobre movimentações financeiras a solução para a desoneração ampla. Um dos modelos estudados é o defendido pela Confederação Nacional de Serviços (CNS), uma alíquota entre 0,74% e 0,78%. Com a arrecadação a mais, a contribuição patronal seria zerada e o imposto para os trabalhadores seria reduzido para uma taxa entre 5% e 8% — dependendo do salário dos funcionários. Em encontros com empresários, o ministro vem defendendo a desoneração da folha, mas evita entrar no assunto de uma nova CPMF devido à impopularidade do tema perante a população, às vésperas da eleição presidencial. Na semana passada, Rogério Boueri, assessor especial de estudos econômicos do Ministério da Economia, disse, em encontro com o Instituto Unidos Brasil, a empresários que a criação de um imposto sobre transações não é algo que agrade a equipe econômica, mas é melhor que os encargos sobre a folha de pagamento. 

    Na reta final da eleição, planos de Guedes como a desindexação do salário mínimo e um possível fim das deduções sobre saúde e educação no Imposto de Renda geraram ruídos na campanha de Bolsonaro. No caso do salário mínimo, Guedes enfatizou que não haverá correção menor que a inflação no caso da desindexação, mas que o assunto pode ser tratado em um novo marco fiscal. Já sobre as deduções do IR, objeto de reportagem do jornal ‘O Estado de S. Paulo’, Guedes refutou veementemente o plano. “É totalmente descabida de fundamento qualquer ilação neste sentido”, afirma nota do Ministério da Economia.  Em 2020, o ministro chegou a defender o fim das deduções para bancar um programa de transferência de renda, na época chamado de Renda Brasil. 

    No caso da CPMF e da desoneração, o ministro trabalha com a hipótese de, num primeiro movimento, caso o presidente Jair Bolsonaro seja reeleito, desonerar apenas metade do imposto sobre folha em troca da nova CPMF, deixando a continuidade do projeto para outro momento. A articulação para volta da CPMF não é um tema novo no governo, bem como os planos de desindexação dos salários e aposentadorias e deduções de IR. No caso da CPMF, as propostas sobre o tema enfrentaram grande oposição do então presidente da Câmara, Rodrigo Maia, no primeiro ano do governo Bolsonaro, e até mesmo do presidente. A repercussão negativa da proposta causou a demissão de Marcos Cintra, secretário da Receita Federal em 2019.

    Atualmente, o Brasil tem desoneração na folha de pagamento em 17 setores, política em vigor desde o governo de Dilma Rousseff (PT). Neste mês, Guedes revelou um pedido do presidente Jair Bolsonaro para que incluísse a desoneração do setor de saúde nos planos, a um custo de 1,5 bilhão de reais. “Os encargos sociais trabalhistas são armas de destruição em massa de empregos. Os desencargos no Brasil são tão altos e tão perversos que nós descobrimos 38 milhões de brasileiros invisíveis, sem vínculo formal de trabalho. Ou seja, é uma multidão, é um país de esquecidos, então, nós sempre atacamos isso“, disse Guedes durante a coletiva de imprensa. “Nós queremos que essas pessoas tenham o direito e a dignidade do trabalho”, afirmou. 

    Publicidade


    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.