Os recados que Haddad quer levar a países e investidores em Davos
Ministro fala em reforçar responsabilidade fiscal, ambiental e compromisso com a democracia; Marina Silva também participa do Fórum Econômico Mundial
Em sua primeira fala como representante do Brasil em Davos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que irá reforçar o compromisso do Brasil “com a retomada de crescimento econômico e com a sustentabilidade fiscal e ambiental”. Ele e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participam do Fórum Econômico Mundial que acontece na cidade suíça. É a primeira edição presencial desde 2020.
Em conversa com jornalistas, o ministro afirmou que se encontrará com autoridade de vários países e que há três recados que a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende levar aos investidores e países participantes. De acordo com o ministro, o primeiro tem viés político, que é reforçar a força da democracia brasileira após os ataques terroristas de 8 de janeiro de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro aos prédios dos três poderes em Brasília. Segundo ele, a reação rápida das instituições é um “gesto de compromisso com a Constituição e a agenda democrática”.
O segundo, segundo ele, está centrado na retomada do crescimento com a sustentabilidade fiscal, ambiental e justiça social, que ele classificou como o modelo econômico que o governo Lula defende. O terceiro recado, segundo ele, é reforçar o protagonismo do Brasil no que diz respeito a políticas ambientais. “Estou com a Marina aqui na Suíça porque a sustentabilidade ambiental ganhou uma dimensão na qual o Brasil tem muito a oferecer, não só a retomada de compromissos históricos de combate ao desmatamento e reforço da energia sustentável, mas também a pauta do desenvolvimento. Podemos pensar na reindustrialização do Brasil com base na sustentabilidade”, afirmou o ministro.
Primeiras medidas
Na semana passada, a equipe de Haddad, juntamente com os ministérios do Planejamento e da Gestão, apresentam um pacote centrado em medidas fiscais para tentar diminuir ou até mesmo reverter o déficit do país para 2023. As medidas, muito centradas no aumento de arrecadação, foram classificadas como um tanto “decepcionantes” por agentes de mercado, porque não há uma sinalização clara no esforço reduzir gastos, melhorando a qualidade. Também nesta segunda-feira, em um evento em São Paulo, o ministro do Desenvolvimento, Comércio, Indústria e Serviços, Geraldo Alckmin, reforçou a necessidade de uma reforma tributária para a melhora do ambiente de negócios do país.