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Os sinais que os serviços trazem para a economia com sua 3ª queda seguida

Recuo de 0,6% registrado em outubro mostra a desaceleração do maior setor do PIB; atividades de transportes e serviços às famílias puxaram a baixa

Por Larissa Quintino Atualizado em 13 dez 2023, 12h44 - Publicado em 13 dez 2023, 09h19

O volume de serviços prestados no país recuou 0,6% em outubro frente a setembro. É o terceiro resultado negativo consecutivo do indicador, que acumulou uma perda de 2,3%, eliminando, portanto, o ganho observado entre maio e julho (2,3%). O setor de serviços é o principal do PIB brasileiro e o resultado de outubro indica a desaceleração da economia neste segundo semestre.

Segundo os dados divulgados nesta quarta-feira, 13, pelo IBGE, duas das cinco atividades pesquisadas ficaram no campo negativo: transportes (-2%), setor com maior impacto sobre o resultado geral do índice, e serviços prestados às famílias (-2,1%). Dessa forma, o setor de serviços se encontra 10,2% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 3,2% abaixo de dezembro de 2022 (ponto mais alto da série histórica).

O recuo de 2,0% em transportes manteve um ritmo de queda no setor, que acumula uma perda de 4,3% no período agosto-outubro. O volume de transporte de cargas apontou retração de 2,3% enquanto o de passageiros registrou alta de 0,7% na comparação com o mês anterior .“Essa queda nos transportes foi muito influenciada pela queda no transporte de cargas, principalmente no transporte rodoviário de cargas. Isso está ligado à expectativa menor da próxima safra, o que faz com que o transporte de insumos e a preparação da próxima safra seja menor, assim como o fim das colheitas recordes significa que o setor está passando por um ajuste. A produção industrial também vem demonstrando menor dinamismo, com uma queda nos bens de consumo e bens de capital, que impactam também no setor de transporte de cargas”, explica o analista da pesquisa, Luiz Almeida.

Os serviços prestados às famílias (-2,1%) eliminaram quase todo o ganho observado em setembro (2,5%). “Esse resultado está ligado principalmente aos serviços de artes cênicas, espetáculos e eventos esportivos. Essa queda já era esperada pois esse aumento em setembro foi devido a um grande festival de música ocorrido no mês de setembro em São Paulo. Portanto, não houve a continuidade desses ganhos, o que explica a queda do setor, sendo um retorno ao patamar anterior”, destaca Almeida.

Em sentido oposto, os serviços profissionais, administrativos, complementares apresentaram avanço de 1,0%, recuperando quase toda a retração apresentada em setembro. O analista do IBGE pontuou que esse resultado confirma uma tendência observada nos últimos meses de um comportamento ainda sem tendência definida do setor, com quedas e aumentos em torno do mesmo patamar.

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Completaram os resultados das atividades em outubro os serviços de informação e comunicação (0,3%), apontando um ligeiro acréscimo após três resultados negativos seguidos, quando acumulou perda de 1,6%, e outros serviços (0,0%), com resultado de estabilidade após recuar 2,0% nos meses de agosto e setembro

Turismo

Em outubro, o índice de atividades turísticas apontou retração de 1,1% frente ao mês imediatamente anterior, após ter mostrado expansão de 1,5% em setembro. Com isso, o segmento de turismo se encontra 5,0% acima do patamar de fevereiro de 2020 e 2,4% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em fevereiro de 2014.

Sete dos 12 locais pesquisados acompanharam este movimento de retração verificado na atividade turística nacional (-1,1%). A influência negativa mais relevante ficou com Rio de Janeiro (-9,0%), seguido por Santa Catarina (-5,1%) e Bahia (-2,6%). Em sentido oposto, São Paulo (1,9%), seguido por Pernambuco (4,2%) e Distrito Federal (3,5%) assinalaram os principais avanços em termos regionais.

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