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Palmeiras: Gestão que dá resultado. Dentro e fora do campo

Disciplina financeira, planejamento de longo prazo e valorização da base consolidam o modelo de administração

Por Ernesto Yoshida
31 out 2025, 06h00

Melhor instituição esportiva de 2024, o Palmeiras consolidou sua liderança no futebol brasileiro com uma gestão marcada pela disciplina financeira e pela eficiência administrativa. Em 2024, o clube registrou receita líquida de 1,2 bilhão de reais e lucro líquido de 198 milhões, alcançando rentabilidade de 71,7% sobre o patrimônio líquido. Apesar do endividamento elevado (536,9%), a instituição mantém margens positivas (16,4%). Esses números refletem um modelo baseado em prudência nos gastos, diversificação de receitas e valorização das categorias de base.

A presidente Leila Pereira, à frente do clube desde 2021, atribui o bom desempenho à adoção de práticas empresariais em estrutura associativa. “O Palmeiras é um clube sem fins lucrativos, mas é administrado como uma empresa”, afirma. De acordo com ela, a ausência de interesses políticos e o foco em resultados de longo prazo explicam a solidez da instituição.

Leila Pereira, presidente: “Torço, mas tomo decisões racionalmente”
Leila Pereira, presidente: “Torço, mas tomo decisões racionalmente” (Rich Storry/FIFA/Getty Images)

O consultor Amir Somoggi, diretor da Sports Value, vê no Palmeiras uma exceção no cenário nacional. Segundo ele, o clube vem, desde a gestão de Paulo Nobre (2013-2016), se fortalecendo administrativamente. A construção da Arena Palmeiras (hoje Allianz Parque) ampliou as receitas de matchday — arrecadação obtida em dias de jogo, como bilheteria, camarotes e consumo no estádio. Somam-se a isso o crescimento do programa de sócios e o investimento na base do time, que gerou retorno expressivo com a venda de atletas. “Hoje, o Palmeiras arrecada tanto quanto o Flamengo, mesmo com torcida menor e menos apelo midiático”, afirma Somoggi.

A base é um dos pilares da atual gestão. Sob o comando de Leila Pereira, o clube realizou as maiores vendas da história do futebol brasileiro, como as de Endrick (72 milhões de euros), Estêvão (61,5 milhões) e Vitor Reis (35 milhões). As negociações reforçaram o caixa e permitiram decisões mais seletivas. “Não vou me comprometer com valores que não possa honrar”, diz a presidente. “Fui criticada quando decidi não contratar ninguém em uma janela, mas terminamos o ano campeões brasileiros. As coisas, quando feitas com responsabilidade, dão resultado.”

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Somoggi, contudo, alerta para o risco de dependência excessiva da venda de atletas. “Os clubes vendem jogadores de altíssimo potencial e usam o dinheiro para contratar atletas mais velhos, com salários astronômicos. É um modelo que mata a galinha dos ovos de ouro. O que se vende, no fim, não é o atleta, mas o espetáculo.” Ele lembra que parte dos valores vai para comissões e terceiros, reduzindo o retorno efetivo.

Um ponto de convergência entre Pereira e Somoggi é a necessidade de responsabilidade fiscal no futebol brasileiro. A presidente defende a criação de um fair play financeiro que limite gastos acima da arrecadação. “O Palmeiras paga em dia todos os compromissos e joga contra clubes sem nenhuma responsabilidade financeira. Isso torna a competição desequilibrada”, afirma.

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Para Leila Pereira, a diferença central entre administrar um clube e uma empresa está no vínculo sentimental com o público. “Na empresa, tenho clientes. No clube, tenho torcedores — pessoas apaixonadas, leais. Amo o Palmeiras, mas, na hora de decidir, preciso decidir racionalmente.” É uma receita que tem dado resultados — dentro e fora do campo.

Publicado em VEJA, outubro de 2025, edição VEJA Negócios nº 19

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