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Pandemia terá efeito ‘extremamente significativo’ na economia, diz BC

Segundo a ata do Copom, novo coronavírus pode impactar demanda e oferta de produtos, causando danos significativos a economias de todo o mundo

Por Larissa Quintino Atualizado em 23 mar 2020, 10h08 - Publicado em 23 mar 2020, 09h06
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  • O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, disse que a pandemia causada pelo novo coronavírus terá “efeito contracionista extremamente significativo sobre a atividade global”. A análise está na ata da reunião do colegiado, divulgada nesta segunda-feira, 23. Na última quarta-feira, o comitê cortou de 4,25% ao ano para 3,75% ao ano Selic, taxa básica de juros da economia.

    Na economia brasileira, o aumento de casos da Covid-19 poderá ter três impactos na análise do Copom: falta de produtos devido a interrupção das cadeias produtivas, choque os custos de produção, devido a variação de preço das commodities (queda no preço de petróleo e minério de ferro, por exemplo) e de ativos financeiros (como a disparada do dólar). O terceiro impacto é a retração da demanda, devido o aumento da incerteza e de restrições impostas pela pandemia.

    Para o BC, as medidas fiscais, com aumento de gastos por parte dos governos, e monetárias, como a redução de juros e injeção de recursos em sistemas financeiros, não são a solução e tendem a “mitigar apenas uma pequena parcela desses efeitos”.

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    Na semana passada, o governo brasileiro anunciou uma série de medidas para tentar diminuir o impacto do coronavírus na economia brasileira. Mesmo assim, admitiu que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) vai ser zero neste ano. Nesta segunda, o governo autorizou a suspensão de contratos de trabalho por até quatro meses, sem necessidade do pagamento de salário.

    Corte na Selic

    Segundo o Copom, para compensar esse efeito de contração da demanda interna por produtos e serviços, “seria necessária” uma redução da taxa básica de juros superior aos 0,50 ponto percentual, para 3,75% ao ano, anunciados pelo BC.  Entretanto, o colegiado avaliou que uma redução da taxa básica de juros além de 0,50 ponto percentual “poderia tornar-se contraproducente e resultar em apertos nas condições financeiras [alta dos juros bancários], com resultado líquido oposto ao desejado”.

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    O Copom também concluiu, embora neste momento os efeitos da política monetária (reduções da taxa básica de juros) sejam limitados sobre o nível de atividade, os mesmos serão relevantes para acelerar a recuperação econômica. A instituição sinaliza na ata que pode fazer novos cortes na taxa de juros. “O Banco Central do Brasil ressalta que continuará fazendo uso de todo o seu arsenal de medidas de políticas monetária [cortes de juros], cambial [intervenções no mercado, ofertando moeda e contratos no mercado futuro] e de estabilidade financeira no enfrentamento da crise atual”, informou.

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