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Para aquecer vendas, aposta no Dia da Crianças está nas ‘lembrancinhas’

Jogos são os presentes mais procurados e opções partem da casa dos 20 reais; varejo projeta queda de 4,8% na receita da data neste ano

Por Larissa Quintino Atualizado em 9 out 2020, 08h31 - Publicado em 8 out 2020, 15h34

As datas comemorativas, chamarizes de venda para o comércio, têm tido outra diretriz em 2020. Por causa da pandemia de coronavírus e a queda no rendimento das famílias, o que representa retração no consumo. Esse efeito, visto no dia das mães, dos namorados e dos pais, também vai afetar o Dia da Criança, comemorado na próxima segunda-feira. Apesar de pontos de venda físico estarem abertos e o comércio eletrônico ter crescido, a desaceleração é esperada. Segundo a Confederação Brasileira do Comércio (CNC), a queda deve ser em torno de 4,85%, a primeira em quatro anos para a data. Porém, há lojistas com expectativa mais otimista. A Ri Happy, maior rede de brinquedos, espera manter o mesmo ritmo de vendas de 2019. A rede contratou 1.700 temporários e investiu em trabalhar opções de presentes mais baratos – as lembrancinhas – com opções abaixo dos 20 reais, com a esperança de alavancar as vendas e não deixar a data passar em branco.

Com todo esse cenário de pandemia e crise global, tivemos itens exclusivos e lançamentos com preços que o cliente deseja e pode comprar. Foi necessário negociar com fornecedores para manter a rede sustentável e, ao mesmo tempo, garantir melhores preços”, afirma Sandra Haddad, gerente comercial da Ri Happy.

As vendas de jogos e quebra-cabeças, que triplicaram durante a pandemia, continuam em alta, assim como os jogos. Os brinquedos que servem como passatempo para as famílias que estão mais tempo em casa acabam sendo os mais procurados. Segundo a RiHappy, o jogo de cartas Uno, vendido a 19,99 reais, e o de tabuleiro Banco Imobiliário (119 reais) estão entre os mais procurados do ano. Além disso, presentes tradicionais como bonecas e carrinhos estão em alta, bem como a linha do Youtuber Luccas Neto, que no ano passado desbancou brinquedos mais conhecidos na lista dos mais vendidos. 

A rede investiu em digitalização durante a pandemia e no modelo de ship from store, que utiliza o estoque das lojas para enviar produtos comprados pela internet ao consumidor, agilizando o prazo de entrega. O número de visitas no e-commerce cresceu 140%. A rede também passou a vender brinquedos via WhatsApp, mas a presença do consumidor nas lojas física ainda é fundamental. Para o Dia das Crianças, as restrições provocadas pela pandemia são desafiadoras, mesmo com a modernização das formas de venda. “A restrição no horário de funcionamento das lojas e no número de pessoas reduz a capacidade vendas”, afirma o CEO da companhia, Ronado Pereira Junior. 

Natal 

A reação das vendas do comércio — mesmo que ainda estejam abaixo das expectativas projetadas para este ano antes da pandemia — fez com que a indústria se deparasse com um problema de entrega de produtos. Além do aquecimento, o dólar alto torna a produção mais cara. Grandes indústrias brasileiras alegam dificuldades para as entregas de fim de ano, entre elas, está a fabricante de brinquedos Estrela, conforme revelou o Radar Econômico

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A Ri Happy afirma que ainda não fechou as compras para o Natal deste ano, por isso ainda não sente possíveis atrasos da indústria. “Para o Dia das Crianças, estamos totalmente abastecidos e recebemos todas as mercadorias (importados e nacionais). Sobre os preços, tivemos pequenos impactos em alguns produtos importados devido ao aumento do dólar, mas conseguimos negociar com os fornecedores para ter um mix de produtos acessível a diferentes perfis de clientes”, completa Haddad.

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