Para Haddad, dólar tende a ficar mais baixo e a ajudar o BC
Em evento, ministro afirmou que governo "não fará medidas exóticas e eleitorais" e que continuará perseguindo as metas fiscais

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira 28, ao participar de um evento, que acredita que a tendência para o dólar é de uma desvalorização global em meio às reformas tarifárias e econômicas que estão sendo feitas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, e isso pode ajudar a política monetária brasileira.
“Eu posso errar no timing, mas dificilmente na tese, e não consigo enxergar equilíbrio na economia dos Estados Unidos sem o dólar passar por algum processo de desvalorização. E as tarifas não resolvem isso, pelo contrário, elas agravam a situação”, disse Haddad, que participou nesta noite de um evento com investidores organizado pela Arko Advice e Galapagos Capital em São Paulo. “Isso alivia o Banco Central. Mesmo que os juros [nos Estados Unidos] não caiam tanto quanto o previsto, diminui as pressões e nós podemos ter uma reacomodação”, continuou.
O ministro afirmou que o governo segue comprometido em perseguir suas metas fiscais – o que significa zerar o déficit das contas públicas neste ano – e que a taxa de juros do país, que “já está ultra restritiva”, vai cumprir seu papel de esfriar a economia e corrigir a inflação. “Não haverá surpresas. Vamos cumprir o curso da nossa política cumprindo as metas e entendendo que é esse o caminho. Não é feitio do presidente Lula inventar nada exótico por razões eleitorais.”