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Parler, rede social conservadora, processa Amazon na Justiça americana

Rede social voltada para usuários conservadores foi banida do serviço da Amazon, e saiu do ar nesta segunda-feira

Por Josette Goulart Atualizado em 12 jan 2021, 13h49 - Publicado em 11 jan 2021, 17h00
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  • O cancelamento nas redes sociais feito pelas Big Techs, em função da invasão ao Capitólio na semana passada, chegou aos tribunais americanos. A rede social conservadora Parler está processando a Amazon, alegando que pode morrer se a Justiça não intervir. A AWS, uma empresa de serviços de web do grupo Amazon, encerrou o serviço de nuvem e provedor para a rede, que acabou saindo fora do ar nesta segunda-feira, 11, por não conseguir migrar para outro provedor.

    Segundo a peça inicial do processo movido pela Parler, a rede conservadora obteve mais de um milhão de novos usuários depois que o Twitter resolveu banir o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e que a atitude da Amazon teria sido tomada como uma estratégia de negócio para  beneficiar o Twitter, com quem fechou um grande acordo de serviços no fim do ano passado.

    A Parler também especula que o Twitter seria impactado com uma possível migração da conta de Trump. No Twitter, onde foi banido, Trump tinha mais de 88 milhões de seguidores. Outro motivo apresentado foi “animosidade política”. Mas a Amazon, em nota, diz que alertou a rede durante várias semanas que estava havendo um crescimento de conteúdo perigoso e não uma diminuição e por isso suspendeu os serviços na tarde do domingo, 10. 

     

     

    A Parler foi feita inspirada no modelo do Twitter e Facebook, mas seus fundadores gostam de se gabar dizendo que por lá não há censura e onde a liberdade de expressão é livre de verdade. A rede, no entanto, tem basicamente usuários que se identificam com a direita conservadora. Depois dos ataques ao Congresso americano, a Amazon entendeu que a rede social estava violando suas políticas ao permitir que postagens instigando violência circulassem pela rede. Mas a Parler diz no processo que todo conteúdo apontado como problemático pela Amazon foi retirado e alega que conteúdo muito parecido foi postado por seguidores de Trump no Twitter, sem que a Amazon tomasse medidas drásticas como as que teve com a Parler.

    Uma das importantes financiadoras da rede é Rebekah Mercer, conhecida por suas doações políticas ao Partido Republicano, filha de um importante gestor de fundos, Robert Mercer. Outra curiosidade de seu currículo é figurar entre os nomes que fundaram a empresa de análises Cambridge Analytica, que usou dados do Facebook e foi um fator importante na eleição de Donald Trump, em 2016.

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    No ano passado, a família Bolsonaro abriu suas contas na Parler e incentivou seus usuários a migrarem para a rede, que hoje conta com 12 milhões de usuários, a sua maioria de americanos. Depois dos ataques ao Capitólio, o presidente Bolsonaro chegou a incentivar novamente a migração de seus seguidores para a rede Parler. Nesta segunda-feira, o deputado Eduardo Bolsonaro fez uma postagem no Twitter mostrando que a rede está fora do ar e perguntando: “só o meu Parler que está assim?”. Quando o usuário tenta entrar na rede, aparece uma mensagem de erro.

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    O Parler também foi banido das lojas de app do Google e Apple, mas o banimento feito pela AWS foi mais mortal para a rede já que a tirou completamente fora do ar. A Parler também alega na Justiça que a Amazon teria que ter dado 30 dias de aviso prévio e não 30 horas como fez.

    Veja a nota da Amazon:  “Não há mérito nessas alegações. AWS fornece tecnologia e serviços para clientes de todos os espectros políticos e respeitamos o direito do Parler de determinar por si mesmo que tipo de conteúdo permite em sua plataforma. Entretanto, fica claro que existe um conteúdo significativo no Parler que encoraja e incita violência contra o próximo e que o Parler não quer ou se recusa a identificar e remover esses conteúdos prontamente, o que se caracteriza como uma violação dos nossos termos de serviço. Nós alertamos o Parler sobre nossa preocupação ao longo de várias semanas e durante esse período vimos um crescimento significativo desse tipo de conteúdo perigoso, e não uma diminuição, o que nos levou à suspensão de seus serviços na tarde de domingo.”

     

    *Matéria atualizada nesta terça-feira, 12, com o posicionamento da Amazon. 

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