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Pedido de recuperação da Avianca veio dias após aporte milionário

United Airlines emprestou 456 milhões de dólares ao selar parceria com a companhia aérea no fim de novembro

Por Machado da Costa Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 12 dez 2018, 11h29 - Publicado em 11 dez 2018, 18h21

A companhia aérea Avianca Brasil entrou com pedido de recuperação judicial dias após sua controladora, a Avianca Holdings, receber um empréstimo de 456 milhões de dólares da United Airlines.

Na tarde desta terça-feira, 11, a Avianca Brasil entrou com pedido na Vara de Falência e Recuperação Judicial da Justiça de São Paulo. A informação foi dada inicialmente pelo jornal O Estado de S. Paulo e confirmada por VEJA.

A empresa busca uma alternativa para não perder treze aviões arrendados que podem ser requeridos a qualquer momento pelas donas das aeronaves. A Justiça paulista já deu mandados de reintegração de posse para as empresas irlandesas BOC Aviation e Constitution Aircraft Leasing para reaver os jatos.

As ações somam 7 milhões de reais, que seria o valor em atraso por parte da Avianca Brasil. O pedido de recuperação judicial junta dívidas no valor de 50 milhões de reais. Entre outros arrendamentos, há dívidas também com aeroportos.

No total, a Avianca Holdings, que possui operações em diversos países latino-americanos, além do Brasil, possui uma dívida próxima de 4 bilhões de dólares. Aproximadamente 40% desses débitos vencem nos próximos dois anos.

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O investimento de 456 milhões de dólares foi confirmado pela própria United Airlines. Em comunicado ao mercado, emitido em novembro, ela afirma que faria o empréstimo na Synergy Group, empresa que detém 60% da Avianca Holdings e cujo dono é o empresário Germán Efromovich.

O empresário brasileiro-colombiano é também sócio dos estaleiros Mauá e EISA, enrolados no início da Lava Jato e que também entraram com pedidos de recuperação judicial após terem seus contratos com a Petrobras cancelados.

A Justiça ainda precisa se pronunciar sobre o pedido de recuperação. Os primeiros passos devem contemplar audiências de conciliação com credores, apresentação de um plano para pagamento das dívidas e, depois de um possível acordo, a sentença do juiz responsável pelo processo.

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Procurado, Germán Efromovich se recusou a prestar esclarecimentos à reportagem. A assessoria de comunicação da Avianca também foi procurada. “A Avianca Brasil comunica que, devido à resistência de arrendadores de suas aeronaves a um acordo amigável, entrou com um pedido de recuperação judicial para proteger os seus clientes e passageiros. Como primeira decisão da Justiça, teve seus pedidos garantidos, como a liberação de sua frota para o cumprimento de todos os voos programados, nos aeroportos onde opera”, disse em nota.

“A companhia reforça que suas operações não serão afetadas. Os passageiros podem ter absoluta tranquilidade em fazer suas reservas e adquirir seus bilhetes, pois todas as vendas serão honradas e os voos mantidos. A Avianca Brasil continuará atendendo todos clientes, voando para todos os destinos com a qualidade e excelência pela qual é conhecida”, completou.

Até a semana passada, a Avianca negava que entraria com o pedido de recuperação judicial. A companhia do empresário Germán Efromovich afirmou que estava em um processo de negociação com as empresas credoras. “Negociações fazem parte da rotina de qualquer empresa para otimização de resultados e esclarece que os processos mencionados estão evoluindo dentro das expectativas. A companhia nega qualquer rumor relacionado a um possível pedido de recuperação judicial.”

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