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Pedro Parente pede demissão da presidência da Petrobras

Saída estava na pauta de caminhoneiros em greve

Por Da Redação Atualizado em 1 jun 2018, 14h27 - Publicado em 1 jun 2018, 11h37

O presidente da Petrobras, Pedro Parente, pediu demissão do cargo na manhã desta sexta-feira 1º. Parente fez o pedido diretamente ao presidente da República, Michel Temer, com quem está reunido em Brasília. Em carta de demissão, ele diz que ficou “claro que sua permanência na presidência da Petrobras deixou de ser positiva e de contribuir para a construção das alternativas que o governo tem pela frente”.

“Sendo assim, por meio desta carta, apresento meu pedido de demissão do cargo de Presidente da Petrobras, em caráter irrevogável e irretratável. Coloco-me à disposição para fazer a transição pelo período necessário para aquele que vier a me substituir”, afirma ele.

Parente assumiu a presidência da companhia com a missão de recuperar a empresa, que tinha perdido valor de mercado e estava mergulhada em uma crise profunda ocasionada pela política artificial de preços adotada durante o governo da presidente Dilma Rousseff.

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Na semana passada, já havia rumores no mercado de que o executivo deixaria o cargo. Parente implantou, em julho de 2017 , uma nova política de preços para o combustível, baseada na cotação do mercado internacional, e era contrário à interferência do governo nas decisões da estatal. A greve dos caminhoneiros colocou essa política em xeque, pois os preços do diesel e gasolina acumulam uma alta de mais de 50% desde julho do ano passado.

Desde o início da greve, Parente defendeu a posição de que não haveria mudança na política de preços da Petrobras. Mas com o prolongamento da paralisação, o governo acabou cedendo e oferecendo um desconto de 0,46 centavos no preço do diesel por sessenta dias. O governo negociou também uma periodicidade maior para os reajustes do diesel na refinaria, o que contraria a política de preços implantada por Parente.

“A greve dos caminhoneiros e suas graves consequências para a vida do país desencadearam um intenso e por vezes emocional debate sobre as origens dessa crise e colocaram a política de preços da Petrobras sob intenso questionamento. Poucos conseguem enxergar que ela reflete choques que alcançaram a economia global, com seus efeitos no País. Movimentos na cotação do petróleo e do câmbio elevaram os preços dos derivados, magnificaram as distorções de tributação no setor e levaram o governo a buscar alternativas para a solução da greve, definindo-se pela concessão de subvenção ao consumidor de diesel”, afirma ele na carta de demissão.

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Sob a gestão de Parente, a Petrobras fora recuperada e havia se tornado a maior companhia em valor de mercado da bolsa brasileira. Com a greve, as ações da estatal desabaram e o posto foi cedido para a Ambev. Com tantas oscilações, Parente admitiu que a credibilidade da companhia tinha sido foi afetada, mas ressaltou que qualquer medida adotada pelo governo na área de combustíveis respeitará os conceitos da política de formação de cotações da petrolífera de controle estatal. Ele chegou a negar, em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que pediria demissão do cargo.

Na greve dos petroleiros, iniciada à zero hora de quarta-feira, uma das reivindicações era justamente a saída de Parente. Em comunicado enviado hoje ao mercado, a Petrobras confirmou a saída de Parente. “A nomeação de um CEO interino será examinada pelo conselho de administração da Petrobras ao longo do dia de hoje. A composição dos demais membros da diretoria executiva da companhia não sofrerá qualquer alteração”, diz a nota da estatal.

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