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Desde 2016, apenas a Caixa permite ‘travar’ dólar no cartão de crédito

Obrigatoriedade de cobrar câmbio da data da compra no cartão de crédito só deverá valer a partir de 2020

Por Machado da Costa Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 28 nov 2018, 17h45 - Publicado em 28 nov 2018, 17h06

Apesar do anúncio desta quarta-feira, 28, do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, a possibilidade de travar o preço do dólar no dia do uso do cartão de crédito em compras internacionais já é antiga. A diferença é que os operadores de cartões serão obrigados a mudar a cobrança. Essa obrigatoriedade, será válida a partir de março de 2020.

A possibilidade é válida desde 2016, mas apenas um banco criou condições para que seus consumidores fizessem uso dessa vantagem. A Caixa permite que seus clientes segurem a cotação do dólar desde que, na primeira vez em que o consumidor liberar o cartão, ele faça essa opção. Caso não tenha feito, ele pode pedir a mudança. Para revertê-la, é preciso esperar 90 dias.

Se não for cliente da Caixa, consumidores que gastam no cartão de crédito fora do país pagam pelo valor do câmbio do dia de fechamento da fatura. Isso cria uma insegurança em relação ao valor real de pagamento da compra. A nova norma ainda será regulamentada, segundo Goldfajn, por isso a falta de um prazo específico.

O Itaú diz que, apesar de seus cartões considerarem o câmbio na data de fechamento da fatura, o banco oferece dois produtos que possibilitam a trava do dólar. O Itaú Travel Money, cartão pré-pago que opera com a taxa de câmbio vigente no dia da aquisição ou recarga, e o hedge, dispositivo que usa a mesma regra para o carregamento de moeda estrangeira no cartão de crédito já utilizado pelo cliente.

Em nota, o Itaú destaca que “apoia as iniciativas que contribuem para que as pessoas tenham uma relação saudável com o dinheiro e gerem avanços para o sistema financeiro.”

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Bradesco e Banco do Brasil também não oferecem o serviço. Mas existe uma forma de tentar levar alguma vantagem em relação à variação cambial.

No Bradesco, os clientes podem solicitar a quitação antecipada das despesas em moeda estrangeira pelo câmbio do dia, caso entenda que a cotação esteja favorável. “O cliente poderá solicitar junto a central de atendimento a antecipação do pagamento. Neste caso a central comandará pontualmente o débito do valor antecipado na conta do cliente e este valor será descontado do montante a pagar no vencimento”, explica o banco, em nota.

Já no Banco do Brasil, é possível antecipar toda a fatura do cartão de crédito. Além disso, o BB oferece aos seus clientes a possibilidade de uso de cartão pré-pago em moedas estrangeiras, que permite a aquisição prévia de dólar ou euro. “O Banco do Brasil está analisando a norma e fará as devidas adequações para atender à nova legislação em 1º de março de 2020”, diz em nota.

A Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) afirma que, apesar do anúncio ser feito antes da regulamentação, o setor de cartões já vinha discutindo com o Banco Central aperfeiçoamentos na forma de conversão dos gastos feitos com cartão de crédito em moeda estrangeira. “Trata-se de mais uma opção de pagamento ao consumidor, que já tem sido ofertada por alguns emissores. A Abecs manterá diálogo com o regulador para eventuais contribuições do setor à medida”, afirma a associação, em nota.

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