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Petrobras pode ter sócia chinesa para tirar Comperj do papel

Obra havia sido paralisada ainda em fase inicial e já custou 13 bilhões de dólares

Por Da redação
5 jul 2017, 09h48

A Petrobras voltou a apostar na sociedade com investidores chineses para tirar do papel o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), refinaria que já custou 13 bilhões de dólares (cerca de 43 bilhões de reais), mas foi paralisada ainda na fase inicial de obras. Uma parceria começou a ser costurada pelo presidente da Petrobras, Pedro Parente, com a direção da chinesa CNPC.

Oficialmente, a estatal brasileira informa apenas que, como parte de um memorando de entendimentos assinado nesta semana, as duas empresas vão avaliar oportunidades “em áreas-chave de interesse mútuo”, em toda a cadeia da indústria do petróleo, o que inclui a exploração e produção de óleo e gás e também o refino. O acordo inclui ainda a estruturação de um financiamento.

Mas, segundo fonte que acompanha de perto o acordo, a retomada do Comperj está no páreo das parcerias negociadas com a CNPC. Por enquanto, a Petrobras aproveita o desaquecimento do consumo de combustíveis, por conta da crise econômica no País, e a baixa utilização das refinarias, para analisar o melhor modelo de formação de parcerias na área de refino, predominantemente estatal.

Solução chinesa

As obras do Comperj, projeto para o município fluminense de Itaboraí (RJ), foram suspensas por conta do alto endividamento e derrocada financeira da Petrobras, sobretudo após as denúncias, dentro da Operação Lava Jato, de desvio de recursos. Em um primeiro momento, a estatal afirmou que manteria a obra, com a chegada de investidores chineses, que nunca apareceram de fato – as conversas não foram adiante e o projeto foi suspenso. Essa, portanto, será a segunda vez que a solução chinesa entra no radar.

É certo que, sem um sócio, o projeto não será retomado, como já informou a diretoria. Por enquanto, a única previsão é construir a unidade de processamento do gás natural, porque, sem ela, não terá como escoar a produção do pré-sal, onde o gás será tratado.

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“As prefeituras da área de influência do Comperj estão esperançosas, porque o quadro atual é de desalento. Com a suspensão do projeto, tivemos uma perda de arrecadação relevante. Em Itaboraí (RJ), a arrecadação de ISS caiu quase 60%. E a violência aumentou brutalmente”, afirmou Rodrigo Neves, prefeito do município fluminense de Niterói e presidente do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento do Leste Fluminense (Conleste), que mantém o diálogo com a Petrobras para retomar as obras do complexo petroquímico.

Parceria

Petrobras e CNPC já são parceiras na exploração e produção da área de Libra, grande promessa do pré-sal da Bacia de Santos, ao lado da também chinesa CNCC, além da anglo-holandesa Shell e da francesa Total.

Os chineses são parceiros também na importação do petróleo brasileiro, dentro de um acordo firmado com a Petrobras, que garante o abastecimento de parte do mercado chinês e o acesso a financiamento para a companhia brasileira. Esse acordo foi firmado ainda no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, no pior período da crise da Petrobras, funcionou como a principal fonte de financiamento da estatal brasileira.

(Com Estadão Conteúdo)

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