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Petrobras: problemas devem levar venda de ativos à estaca zero

Novo voto no Tribunal de Contas da União, que havia suspendido plano de desinvestimento por irregularidades, pode fazer com que processos voltem ao início

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 18h51 - Publicado em 14 mar 2017, 10h06

O Tribunal de Contas da União (TCU) poderá obrigar a Petrobras a recomeçar do zero projetos de venda de ativos para corrigir procedimentos considerados irregulares. A proposta deve ser apresentada em plenário pelo relator do processo que avalia os desinvestimentos da estatal, José Múcio Monteiro, em julgamento previsto para quarta-feira. Um novo voto, com esse entendimento, estava sendo preparado na última segunda-feira pela equipe do ministro, após discussões com outros integrantes da corte.

O TCU determinou em dezembro do ano passado que a Petrobras suspendesse a assinatura de seus projetos de venda até uma nova deliberação. Permitiu o prosseguimento de apenas cinco negócios, levando em conta a necessidade de caixa da companhia. O principal motivo da paralisação foi a identificação de “riscos” na sistemática adotada para as alienações.

O tribunal concluiu que os procedimentos poderiam ferir diretrizes da lei de licitações e favorecer atos ilícitos, como o “direcionamento e o ajuste de preços”. Por isso, determinou uma série de correções à estatal antes de a retomada ser novamente avaliada e autorizada.

A Petrobras apresentou em janeiro documentação ao TCU informando que todos os ajustes foram feitos e pediu a liberação dos projetos. A companhia se comprometeu a adotar os procedimentos exigidos pela Corte para todos os novos negócios, desde a primeira fase. Mas requereu que, para dez deles, considerados prioritários e que já estavam em curso, as novas práticas fossem adotadas a partir da etapa em que foram suspensos. Caso contrário, poderia haver atraso, em consequência, na entrada de ao menos 6 bilhões de dólares (18,91 bilhões de reais) em caixa, num contexto de urgente necessidade de captação dos recursos.

Exceção

José Múcio pretendia votar para que a exceção fosse aberta, uma vez que a área técnica do tribunal havia concordado com o pedido da Petrobras. No entanto, passou a avaliar outra saída esta semana, após conversar com outros ministros da corte, entre eles Bruno Dantas, que não concordavam em criar uma situação especial para os dez negócios. Trata-se dos projetos batizados de Portfólio 1, Ópera, Lobato, Ártico, Topázio, Coral 2, Coral 3, Mangalarga 2, Jade e Cruzeiro.

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A expectativa agora é de que Múcio proponha que a nova sistemática seja adotada, desde o princípio, para todos os desinvestimentos, o que implicaria refazer procedimentos nos casos já em andamento. A única exceção considerada ainda nesta segunda-feira era a alienação do controle acionário da BR Distribuidora. O voto de Múcio deve ser concluído e oficializado entre a tarde desta terça-feira e a manhã de quarta-feira.

Fontes da corte, ouvidas pela reportagem, ponderaram que o impacto de zerar alguns projetos pode não ser tão prejudicial à estatal, pois parte deles já está suspensa por ações judiciais. Por esse motivo, a receita da empresa com os desinvestimentos foi menor que a esperada no ano passado.

(Com Estadão Conteúdo)

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