A Petrobras anunciou nesta terça-feira, 24, que reduzirá em 15% o preço médio da gasolina em suas refinarias a partir de quarta-feira. A diminuição ocorrerá em meio à redução dos preços de petróleo e derivados no mercado internacional devido aos impactos da expansão do coronavírus e de uma guerra de preços entre grandes produtores globais da commodity. O valor do diesel não será alterado.
Com o novo corte, o oitavo em 2020, a queda acumulada do preço da gasolina nas refinarias da Petrobras – responsável por quase 100% da capacidade de refino do Brasil – atingirá cerca de 40% neste ano. Na semana passada, a estatal já havia reduzido o valor do combustível em 12%. O preço do diesel, por sua vez, acumula recuo de aproximadamente 30% neste ano.
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Clique e AssineOs preços do petróleo do tipo Brent já caíram cerca de 60% neste ano, sendo negociados nesta terça-feira a cerca de 27 dólares o barril, com uma queda da demanda diante da pandemia de coronavírus e o aumento da oferta depois que a Rússia e a Arábia Saudita não chegaram a um acordo para reduzir a produção.
Para o chefe da área de óleo e gás da consultoria INTL FCStone, Thadeu Silva, a queda da gasolina no mercado internacional foi ainda mais brusca que a repassada pela Petrobras aos seus clientes, em um movimento que parece ser de cautela, uma vez que a companhia não tem como prever como o mercado se comportará nos próximos dias. “Tem ainda uma quantia boa represada de reajuste que dá para fazer. A Petrobras vem adotando uma estratégia de suavizar o movimento, porque o mercado está muito volátil.”
A petroleira estatal tem reforçado sua política de preços, que segue o princípio da paridade de importação, que leva em conta preços no mercado internacional mais os custos de importadores, como transporte e taxas portuárias, com impacto também do câmbio. O repasse de ajustes dos combustíveis nas refinarias para o consumidor final nos postos não é imediato e depende de diversos fatores, como estoques, impostos, margens de distribuição e revenda e mistura de biocombustíveis.
(Com Reuters)