Com alta de ações, Petrobras volta a ser a empresa mais valiosa do país
Após a Petrobras, os bancos também tiveram as maiores valorizações após as pesquisas eleitorais
A euforia do mercado financeiro com as pesquisas que mostram a vantagem do candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, nas pesquisas de intenção de voto está puxando para cima a cotação das empresas estatais. A mais beneficiada é a Petrobras, que recuperou o posto de empresa mais valiosa do país com a valorização de seus papéis no pregão de terça-feira.
De acordo com levantamento da Economatica, os papéis da Petrobras se valorizaram 7,5% só na terça-feira e, com isso, o valor de mercado da companhia passou de 297,6 bilhões de reais para 319,9 bilhões de reais. Mesmo com a queda do preço do petróleo no mercado internacional, as ações da empresa continuam subindo: tinham uma alta de 4,65% por volta das 13h21 desta quarta-feira.
A Vale, ex-estatal que tinha acabado de ultrapassar a Petrobras em valor de mercado, agora possui o título de segunda empresa mais valiosa do país, avaliada em 318 bilhões de reais.
Além da Petrobras, os bancos tiveram as maiores valorizações após as pesquisas eleitorais, segundo estudo da Economatica. O valor de mercado do Bradesco passou de 180,3 bilhões de reais para 191,7 bilhões de reais entre segunda e terça-feira.
O mercado “adotou” a candidatura de Bolsonaro após a constatação de que seu preferido, Geraldo Alckmin, não tinha chances de decolar. A opção, no entanto, reflete mais a aversão à candidatura do petista Fernando Haddad do que a confiança em seus planos para a recuperação econômica do país.
Nesta semana, a agência de classificação de risco S&P Global afirmou que a eventual eleição de Bolsonaro pode criar um prognóstico negativo para a economia brasileira. A agência, que coloca o Brasil três degraus abaixo da nota mínima para receber investimento de grandes fundos globais, afirma que o “outsider” pode sofrer resistências políticas e ter dificuldades em cumprir seu plano de governo.
Em uma teleconferência, o analista da agência, Joydeep Mukherji, afirmou que o candidato do PSL deve sofrer mais do que Haddad para aprovar medidas. “Apesar da alta rejeição dos candidatos, e não sabemos quem irá ganhar, o candidato do PT não é um outsider, mas Bolsonaro é um outsider. Isso aumenta o risco de falta de coerência ou de atrasos em realizar o que é necessário após as eleições”, disse.
A S&P teme que a crise fiscal piore, acarretando maiores problemas econômicos e sociais. Uma das preocupações é o compromisso com a reforma da Previdência, um dos carros-chefe do presidente Michel Temer para conquistar o apoio do mercado financeiro – e que o governo do emedebista não conseguiu aprovar.