Petróleo registra a maior queda desde a Guerra do Golfo e derruba bolsas
Em meio a cortes feitos pela Arábia Saudita, o preço da commodity despencou quase 30%, afetando mercados em todo o mundo
O petróleo despencou quase 30% nesta segunda-feira, 9, depois que a Arábia Saudita fez cortes profundos nos preços da commodity. É a maior queda desde a Guerra do Golfe em 1991. O tombo acontece após uma tentativa de acordo entre a Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados para apoiar os mercados de energia fracassar.
O resultado derrubou bolsas no Oriente Médio e na Ásia. Os mercados europeus também abriram em queda.
Na sexta-feira 6, a Opep e a Rússia não alcançaram um acerto em Viena para recortar novamente sua produção para tentar conter a queda dos preços do petróleo. A Rússia, o principal aliado da Opep, se opôs a reduzir a produção para manter os preços altos.
Os preços do petróleo vem caindo desde o começo do ano devido à desaceleração mundial da economia e pelas consequências da epidemia de coronavírus. Os dois principais contratos despencaram mais de 20%, com o West Texas Intermediate caindo 30% e o barril de Brent, 26%.
Bolsas em queda
As bolsas da Arábia Saudita e dos demais países do Golfo também desabaram após o fracasso do acordo. A bolsa saudita, já afetada pelo coronavírus, caiu 9%, e também despencaram as bolsas de Dubai (- 8,5%), assim como as de Kuwait e Abu Dabi, ambas com quedas de mais de 7%. A bolsa do Catar caiu 3,5%, a do Bahrein, 3%, e a de Omã, 1,1%.
As ações da petroleira nacional saudita Aramco tiveram queda de 10% e ficaram pela primeira vez abaixo de seu preço de partida na bolsa, 32 rials (equivalente a 8,5 dólares), a 31,15 rials.
A queda do petróleo afetou também outros mercados. Na Ásia, a bolsa japonesa teve queda de 5% e a de Hong Kong, 3,7%. As chinesas caíam quase 3%. As bolsas europeias também iniciaram a segunda em forte queda.
(Com AFP)