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PF já abriu 54 inquéritos para apurar locaute em greve dos caminhoneiros

O perfil detalhado das pessoas investigadas dependerá do avanço das investigações; dois foram presos por matar caminhoneiro com pedrada em Rondônia

Por Ricardo Rossetto
Atualizado em 31 Maio 2018, 00h47 - Publicado em 30 Maio 2018, 20h58

Subiu para 54 o número de inquéritos abertos pela Polícia Federal (PF) para apurar um suposto locaute – quando a paralisação é de iniciativa ou apoiada pelos empresários – na greve dos caminhoneiros, informou nesta quarta-feira, 30, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann. Nesta conta, a PF também incluiu a sabotagem de uma linha férrea em Bauru e em duas torres de transmissão.

O perfil detalhado das pessoas investigadas dependerá dos avanços dos inquéritos, disse Jungmann. De acordo com ele, todos os suspeitos de terem praticado locaute já foram intimados e prestaram depoimentos à Justiça.

Mas, segundo o governo, em alguns lugares do país foi possível identificar que os responsáveis pelas paralisações nas estradas pertenciam a milícias, sindicatos de caminhoneiros, e às próprias transportadoras, o que, em parte, caracterizou o movimento como um locaute.

O ministro também disse que solicitou à Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça (Senasp) um levantamento de todas as prisões e punições realizadas pelas forças policiais e de segurança durante a greve, e que divulgará os números nos próximos dias.

Na tarde de hoje, um caminhoneiro foi morto com uma pedrada na cabeça ao sair de um posto de combustível na BR-364, na cidade de Vilhena, no leste do Estado de Rondônia. Jungmann afirmou que duas pessoas acusadas do crime foram presas pela Polícia Federal, e prestam depoimento para que sejam identificados suas relações com possíveis grupos políticos.

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“O que aconteceu em Vilhena foi uma tragédia. Não deveria ter acontecido em um movimento que começou numa greve com reivindicações justas”, disse o ministro, que garantiu severa punição, “na forma da lei”, para todas as pessoas que cometerem crimes.

SOS Caminhoneiro

Mais cedo, o governo anunciou o serviço SOS Caminhoneiro, para tentar auxiliar os motoristas que desejam voltar a trabalhar, mas são ameaçados ou hostilizados por pessoas infiltradas que tentam prolongar a greve.

Para denunciar qualquer tipo de violência ou ameaça, o caminhoneiro pode enviar uma mensagem de Whatsapp para o número (61)9 9154-4645. O serviço é sigiloso e manterá o anonimato dos motoristas.

Jungmann também afirmou que, por volta da 19h desta quarta-feira, os pontos de concentração de caminhoneiros nas estradas já tinha se reduzido para 197 – às 7h da manhã de quarta eram 544. “Esses números são extremamente claros a respeito da desaceleração da greve neste momento. Todas as principais vias de escoamento da produção nacional estão livres”, afirmou o ministro.

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