Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Pfizer detalha como será distribuição de vacinas contra Covid-19 ao Brasil

Primeira mulher no comando da Pfizer Brasil, Marta Díez vê país como mercado estratégico; empresa fará apoio logístico às doses

Por Felipe Mendes Atualizado em 25 mar 2021, 21h03 - Publicado em 23 mar 2021, 09h47
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A espanhola Marta Díez, recém-nomeada ao cargo de CEO da Pfizer no Brasil, tem motivos para comemorar. Depois de meses de negociações para o fornecimento de imunizantes contra a Covid-19 para o país, enfim a companhia farmacêutica celebrou um acordo com o governo do presidente Jair Bolsonaro. Na última semana, o Brasil exerceu poder de compra de 100 milhões de doses do antígeno baseado em mRNA (ou RNA mensageiro) desenvolvido pela gigante multinacional em parceria com a alemã BioNTech.

    As vacinas devem ser distribuídas entre abril e setembro. Pode-se dizer que o acordo é, acima de tudo, uma vitória pessoal para a executiva. Foi o quarto tratado do tipo firmado por ela no continente. Antes, Marta já havia capitaneado as negociações para o fornecimento de vacinas para Chile, Equador e Peru. “Esse é um tema muito importante para a companhia. Estávamos ansiosos pelo fechamento dessa negociação com o Brasil”, diz ela, em entrevista a VEJA.

    O acordo firmado entre a Pfizer e o governo brasileiro demandará apoio logístico da empresa no país. Em dezembro de 2020, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, causou polêmica ao indicar que o antígeno produzido pela multinacional farmacêutica não atendia os requisitos de “vacina ideal” definidos pela pasta: aplicação em dose única e armazenagem entre 2ºC a 8ºC. O imunizante para Covid-19 desenvolvido por Pfizer e BioNTech, além de requerer duas “agulhadas”, precisa ser mantido a uma temperatura de -70ºC. A empresa, no entanto, oferece recipientes isotérmicos que podem armazenar os imunizantes com gelo seco durante 15 dias.

    “Essa não é uma vacinação normal. Estamos em uma pandemia em que há urgência e, portanto, não é necessário estocar as vacinas”, diz ela. “Mas o governo pode, se quiser, seguir o exemplo do Chile, que armazenou as vacinas em frigoríficos”. Nos Estados Unidos, a Pfizer conseguiu aprovação da Agência de Alimentos e Medicamentos local (FDA, na sigla em inglês) para armazenar as ampolas de vacina entre -25ºC e -15ºC por até duas semanas, como alternativa aos congeladores de temperatura ultrabaixa. “Esperamos conseguir essa autorização também para o Brasil, o que dará maior flexibilidade para a vacinação”, diz Marta.

    Segundo a executiva, 14 milhões de doses serão distribuídas no Brasil entre abril e junho, ao passo que a maior parte do montante adquirido pelo governo será entregue no terceiro trimestre deste ano. “Assumimos o compromisso de entregar 1 milhão de doses em abril, 2,5 milhões em maio, e o restante, escalonado progressivamente até setembro”, admite. “São muitas doses para enviar em pouco tempo”.

    Continua após a publicidade

    O imunizante da empresa já se mostrou eficaz contra as mutações do vírus encontradas no Brasil. Nos Estados Unidos, Pfizer e BioNTech iniciaram testes clínicos para monitorar a segurança e a resposta imunológica da aplicação de uma terceira dose do imunizante a fim de neutralizar as novas cepas de Covid-19 descobertas no mundo. Outro estudo, que terá a participação de voluntários brasileiros, é sobre a eficácia do antígeno para gestantes. A companhia aguarda autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, para iniciar os testes no país.

    Mudança

    Ainda sem se instalar no país, Marta já dá as cartas na subsidiária brasileira da Pfizer desde fevereiro. Primeira mulher a assumir o posto máximo da farmacêutica no país, a executiva ocupava a posição de liderança do polo andino da companhia, composto por Bolívia, Chile, Equador e Peru. Ela se diz feliz com a nova oportunidade no horizonte. “A minha família está muito feliz de ir ao Brasil”, revela, direto de sua residência no Chile. “Nossa ideia é mudar para São Paulo [onde fica a sede administrativa da companhia no país] entre julho e agosto, após o fim do ano letivo das minhas filhas. Enquanto isso, estou fazendo minhas aulas de português”, conta.

    Questionada se a unidade fabril da empresa no Brasil poderia receber a produção dos imunizantes contra Covid-19 no futuro, Marta diz que isso seria impossível. “A fábrica brasileira não é preparada para produzir vacinas. Nesta primeira fase de controle da pandemia, os imunizantes estão sendo produzidos na Europa e nos EUA”, afirma.  Ela reforça, no entanto, que o Brasil é um dos mercados estratégicos para a atuação da multinacional farmacêutica. “O Brasil é um dos países mais importantes para a Pfizer, tanto por causa do tamanho do mercado como por causa da população, que é muito grande. Temos muitos investimentos para o país, temos uma planta com um número elevado de funcionários, e muita inovação”, reitera. O país deve, inclusive, receber a fase final de testes para a produção de um antiviral da empresa como forma de tratamento à enfermidade.

    Continua após a publicidade

    Leia também:

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.