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PIB do 4º tri decepciona e economistas já reduzem projeção para 2025

Economia cresceu perto de zero nos últimos três meses do ano, depois de avançar cerca de 1% em todos os três trimestres anteriores

Por Juliana Elias Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 mar 2025, 15h36 - Publicado em 7 mar 2025, 14h27

Duas coisas já eram sabidas sobre o PIB brasileiro do ano passado, que teve o resultado divulgado nesta sexta-feira pelo IBGE: uma é que ele cresceu muito, e a outra é que ele perdeu força no último trimestre. O que ainda não se sabia é qual seria o tamanho desse enfraquecimento. Essa é uma informação que apenas os números completos poderiam contar, e a informação que eles trouxeram hoje é que a desaceleração foi pior do que se imaginava.

O PIB cresceu 3,4% no ano passado, uma das maiores taxas em mais de uma década. No quarto trimestre, entretanto, a alta foi de apenas 0,2% ante o trimestre anterior, depois de o crescimento ter sido perto do 1% em todos os três trimestre anteriores. A expectativa da maioria dos bancos e consultorias era que de que a taxa do último trimestre seria da ordem de 0,4%. Uma das grandes decepções do último bloco de meses do ano ficou por conta do consumo das famílias, justamente uma das principais forças que vieram ajudando a manter o PIB dos últimos anos em alta: ele despencou 1% na passagem do terceiro para o quarto trimestre, depois de uma impressionante sequência de treze trimestres de alta ininterrupta, desde 2021.

“No caso das famílias, principalmente a inflação, que sofreu com uma desvalorização muito forte do real no fim do ano, acaba influenciando no consumo”, diz Juliana Trece, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) e responsável pelo Monitor do PIB elaborado pela entidade. Como o resultado do quarto trimestre, o Ibre revisou nesta sexta-feira ligeiramente para baixo a sua projeção para o crescimento da economia brasileira em 2025, de 1,8% para 1,7% — de um jeito ou de outro, um resultado bem mais fraco do que o dos últimos quatro anos, quando o Brasil cresceu mais de 3% em todos.

“Consumo e serviços foram muito importantes para o PIB de 2024, mas o grande problema disso tudo é que já começam a dar sinais de esgotamento, porque cresceram muito e não conseguimos ampliar a nossa capacidade produtiva para atender a toda essa demanda”, conclui Trece.

Uma revisão ainda mais forte da expectativa para 2025 foi feita pelo Goldman Sachs, que, após a divulgação do IBGE, reduziu a projeção para o crescimento deste ano de 2,1% para 1,7%. “Olhando para frente, esperamos que a atividade deve continuar se beneficiando de uma safra forte, de estímulos fiscais, dos generosos aumentos do salário mínimo e do crescimento sólido da renda real dos domicílios”, escreveu o banco em relatório a clientes. “Isso deve ser mitigado, porém, por condições monetárias mais apertadas (juros mais altos), maiores níveis de endividamento, baixos níveis de ociosidade e incertezas políticas.”

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