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PIB do Brasil deve cair 5% com crise do coronavírus, diz Banco Mundial

Relatório projeta cenário devastador para as economias da América Latina em 2020 e reitera a importância de se expandir programas sociais neste momento

Por Da Redação Atualizado em 3 mar 2021, 10h00 - Publicado em 12 abr 2020, 15h56

Os efeitos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) para a economia da América Latina e do Caribe serão devastadores. Segundo o relatório “A Economia nos Tempos da Covid-19” do Banco Mundial, divulgado neste domingo, 12, o Produto Interno Bruto (PIB) da região – excluindo-se a Venezuela – terá retração de 4,6% este ano. No Brasil, o impacto será de 5% no PIB em 2020.

Dentre os 26 países analisados pelo Banco Mundial, apenas Guiana e República Dominicana conseguirão escapar ilesos da crise provocada pelas medidas restritivas como forma de combate à pandemia em toda região. As maiores quedas serão sentidas em países como Equador, onde o PIB local deve registrar retração de 6%; México (-6%) e Argentina (-5,2%). A instituição, no entanto, não descarta que uma retração ainda maior à divulgada ocorra, já que os efeitos são calculados diante do cenário atual, mas a situação na região pode se deteriorar dependendo da evolução diária da pandemia.

Além disso, os números do Banco Mundial estimam uma recuperação mais lenta para o Brasil em 2021. Enquanto a América Latina e Caribe como um todo crescerá 2,6% no próximo ano, a projeção da instituição é de que o PIB do Brasil cresça apenas 1,5%. Segundo o banco, os governos devem considerar apoiar instituições do setor financeiro em busca de proteger os empregos na região. “Precisamos ajudar as pessoas a enfrentar esses enormes desafios e garantir que os mercados financeiros e os empregadores sobrevivam à tempestade”, disse Humberto López, vice-presidente interino do Banco Mundial para América Latina e Caribe. “É preciso limitar os danos e lançar as bases para a recuperação o mais rapidamente possível.”

Uma solução para mitigar os impactos da pandemia, de acordo com a instituição financeira, seria ampliar a cobertura de programas sociais na região. Um problema ressaltado pelo relatório, entretanto, é os níveis elevados de informalidade no mercado de trabalho na América Latina, o que torna ainda mais difícil que os sistemas de proteção social alcance a todas as famílias e que se protejam todas as fontes de emprego. “Muitas famílias vivem ‘da mão para a boca’ e não dispõem de recursos para suportar os bloqueios e quarentenas necessários para conter a propagação da pandemia. Muitos também dependem de remessas internacionais, que estão em colapso”, afirma o relatório.

Por fim, o Banco Mundial defende que governos da região assumam “grande parte do prejuízo”, sugerindo, por exemplo, a aquisição de participação em instituições do setor financeiro de forma a preservar os empregos e possibilitar uma recuperação mais rápida. “É preciso firmar acordos sólidos para administrar os ativos recém-adquiridos, seguindo os melhores exemplos de fundos soberanos”, sugere o banco. Ou seja, é possível concluir que, para superar o desafio de proteger vidas e ao mesmo tempo mitigar os impactos econômicos, os governos da América Latina terão de imprimir uma política coerente e direcionada em uma escala poucas vezes vista anteriormente.

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