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PIB dos EUA desacelera e aumenta a pressão sobre o Fed

Economia expandiu 2,8% no terceiro trimestre de 2024, abaixo da expectativa e do crescimento de 3% registrado no trimestre anterior

Por Luana Zanobia Atualizado em 30 out 2024, 11h47 - Publicado em 30 out 2024, 10h19

O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos apresentou expansão de 2,8% no terceiro trimestre de 2024, abaixo da expectativa do mercado e marcando uma desaceleração em relação ao crescimento de 3% registrado no trimestre anterior. Embora a economia continue em terreno positivo, a desaceleração acende o alerta e aumenta a expectativa para que o banco central americano, o Federal Reserve (Fed), continue o ciclo de corte de juros.

No terceiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) em valores correntes subiu 4,7% em termos anuais, representando um acréscimo de 333,2 bilhões de dólares, alcançando um total de 29,35 trilhões de dólares. Esse crescimento foi um pouco mais moderado em comparação com o segundo trimestre, quando o PIB registrou um aumento de 5,6%, ou 392,6 bilhões de dólares.

Os principais motores por trás desse crescimento foram os gastos do consumidor, as exportações e um aumento nos gastos do governo federal, especialmente no setor de defesa. No entanto, a aceleração das importações — um fator que reduz o cálculo do PIB — também teve impacto significativo no resultado final. O consumo, que tradicionalmente representa mais de dois terços da economia americana, continuou a mostrar resiliência, impulsionado principalmente por aumentos nas compras de medicamentos prescritos e veículos, além de uma recuperação nos setores de serviços, como saúde e hospitalidade.

Contudo, a queda no investimento em estoques privados e a retração contínua no investimento fixo residencial indicam que a confiança do setor privado pode estar começando a vacilar. A desaceleração no setor imobiliário, refletida na diminuição dos investimentos em construção de residências, sugere que os aumentos das taxas de juros pelo Fed estão começando a exercer maior pressão sobre o setor de habitação. Essa tendência é agravada por um ambiente de maior cautela entre os consumidores, que estão ajustando seus padrões de gastos em meio às incertezas econômicas. Um ponto crucial de insegurança, além dos conflitos no Oriente Médio e na Ucrânia, é a maior cautela em torno das eleições americanas e o futuro da nação sob uma nova liderança no próximo ano.

A desaceleração, embora modesta, também reflete o dilema enfrentado pelo Fed. Desde o início de 2022, a instituição tem implementado uma política de aperto monetário para controlar a inflação, elevando as taxas de juros. Até agora, essa estratégia parece tem tido sucesso em reduzir as pressões inflacionárias, mas economistas alertavam que o aperto monetário poderia estrangular a economia e levar a uma recessão. Essa possibilidade, no entanto, foi afastada com o mercado de trabalho demonstrando força, enquanto a economia registra crescimento. No entanto, o dado de hoje coloca o Fed em alerta para a próxima reunião do banco.

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Com a inflação ainda acima da meta de 2% do Fed, a questão que paira sobre os mercados financeiros é se a autoridade monetária pode continuar elevando as taxas sem frear ainda mais a expansão econômica.

A próxima leitura do PIB, marcada para 27 de novembro, trará dados mais completos e possivelmente revisados. Para o mercado, no entanto, a mensagem principal já está clara: o caminho à frente dependerá da capacidade do Fed de equilibrar sua luta contra a inflação com a necessidade de manter a economia em crescimento. O desafio será navegar por essa transição sem que o crescimento se transforme em estagnação.

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