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PIB reforça tese de desaceleração da economia, mas mercado se divide sobre início de corte de juros

Dado dentro do esperado manteve a perspectiva de desaceleração econômica para 2026

Por Bruno Andrade Atualizado em 4 dez 2025, 11h17 - Publicado em 4 dez 2025, 10h57

O Produto Interno Bruto (PIB) ficou dentro do esperado pelo mercado após alta de 0,1% no terceiro trimestre de 2025 ante o segundo trimestre de 2025. Segundo os analistas, a cifra reforça a tese de redução da taxa básica de juros da economia, a Selic. No entanto,  a dúvida dos especialistas é sobre quando o corte começaria, em  janeiro ou março de 2026.

Na visão de André Valério, economista sênior do Inter, a alta de 0,1% do PIB no terceiro trimestre ficou em linha com o esperado. O economista lembra que houve avanços de 0,4% no Agronegócio e de 0,8% na indústria, enquanto serviços não mostrou variação significativa, com alta de 0,1%.  O consumo das famílias variou na margem, 0,1%, enquanto a despesa do governo avançou 1,3%.

+ Maílson da Nóbrega: A economia praticamente estabilizou no terceiro trimestre

“O resultado do 3º trimestre reforça a tendência de acomodação do crescimento da economia”, diz Valério. Segundo ele, nos últimos 8 trimestres, o crescimento médio do PIB na comparação contra o mesmo trimestre do ano anterior foi de 3%.

“Esse trimestre marca um desvio dessa tendência, com o crescimento nessa métrica sendo de 1,8%”, aponta Valéria. “Ainda assim, vemos uma economia bastante robusta, e o PIB caminha para ter um crescimento robusto em 2025, acumulando alta de 2,4% até setembro, ainda crescendo acima da tendência pré-pandemia”, conclui.

+ Consumo das famílias cresce 0,1% com PIB em ritmo fraco no período

Quando o Banco Central deve começar o corte de juros?

Após os dados, economista mantém a perspectiva de início de corte de juros em janeiro de 2026, isso porque o dado reforçou a desaceleração da economia. A redução da Selic será em 0,25 ponto porcentual em janeiro. Diante desse cenário, ele estima outros cortes ao longo do ano, que devem totalizar uma redução de 3 pontos porcentuais ao longo próximo ano. Com isso, a Selic deve caminhar para 12% ao ano ao fim de 2026.

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Essa é a mesma estimativa de Pablo Spyer, conselheiro da Associação Nacional das Corretoras de Valores (ANCORD). Ele calcula uma Selic a 12% ao ano fim de 2026. No entanto, ele prefere não cravar quando será o início do corte de juros, se será em janeiro ou em março.

“A expectativa é de que o ciclo de cortes comece no início de 2026, caso o conjunto de indicadores — especialmente inflação, expectativas e ambiente fiscal — continue favorecendo”, aponta Spyer.

Fabio Louzada, economista e fundador da Faculdade Brasileira de Negócios e Finanças, prefere cravar o corte de juros em março. Ele diz que o os dados até podem apontar para um corte de juros em janeiro. Todavia, o discurso do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, continua duro. Segundo Louzada, o presidente do BC reforçou em discurso na última semana a necessidade de Selic elevada por um período prolongado. Além disso, a autoridade monetária espera enxergar uma política fiscal do governo que apoie o controle de gastos e a redução da inflação.

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“O corte de juros pode não sair do papel até o governo sinalizar compromisso com as questões fiscais, algo exigido publicamente pelo presidente do Banco Central”, diz Louzada. O economista calcula que a Selic deve terminar 2026 em 12% ao ano. “A redução de juros nos Estados Unidos deve abrir espaço para o Banco Central brasileiro cortar juros”, salienta.

Quais são as estimativas para o PIB em 2025 e 2026?

Para o crescimento da economia brasileira, as estimativas também são semelhantes. Gustavo Trotta, especialista e sócio da Valor Investimentos, estima um crescimento econômico de 2,16%. Já para 2026, ele estima um avanço de 1,7%. “Vemos desaceleração da economia entre 2025 e 2026 devido ao aperto monetário por período prolongado”, argumenta Trotta.

O Banco Inter estima um crescimento econômico de 2,2% para 2025 e 1,8% para 2026. Segundo André Valério, a economia deve continuar crescendo acima da tendência pré-pandemia. Ele também vê a desaceleração entre 2025 e 2026 puxada pela Selic elevada. Essa é a mesma visão de Pablo Spyer, conselheiro da ANCORD. O especialista estima uma alta de 2,2%  para o PIB em 2025 e outra de 1,7% para 2026.

“A leitura dos dados mais recentes confirma que a desaceleração está mais clara, reforçando o diagnóstico de um ritmo de expansão mais moderado à frente”, conclui Spyer.

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