A economia brasileira voltou a registrar desempenho positivo no segundo trimestre de 2017, com crescimento de 0,2% em relação aos primeiros três meses do ano. É o segundo resultado de alta consecutivo, apos oito trimestres seguidos em queda. Os dados são do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Pela ótica da demanda, o desempenho foi puxado pela alta no consumo das famílias, de 1,4% em relação ao primeiro trimestre. É o primeiro avanço após nove trimestres seguidos de queda neste tipo de comparação. As compras feitas pelas famílias têm peso de 64% no total do que é gasto no país, segundo o IBGE. Os gastos do governo e com os investimentos recuaram 0,9% e 0,7%, respectivamente. Houve também mais impulso das exportações, que cresceram 0,5%, enquanto as importações recuaram 3,5% no período.
No lado do setor produtivo, o destaque foi para os serviços, que tiveram alta de 0,6% no segundo trimestre ante os primeiros três meses do ano. Nesse grupo, registraram alta o comércio (1,9%), atividades imobiliárias e outros serviços (0,8%) e atividade de transporte, armazenagem e correio (0,6%). Os serviços de informação caíram 2,0%, como também as atividades de administração, saúde e educação pública (-0,3%) e de intermediação financeira e seguros (-0,2%).
A agropecuária, principal fator de alta no primeiro trimestre do ano devido à safra recorde, registrou estabilidade no segundo trimestre sobre o período anterior (0,0%) e a indústria teve queda de 0,5%.
Na Indústria, houve queda de 2,0% na construção e de 1,3% na atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana. A extrativa mineral variou 0,4% e a indústria de transformação manteve-se praticamente estável (0,1%), segundo o IBGE.
Em relação ao segundo trimestre do ano anterior, o resultado do PIB também foi de alta, com expansão de 0,3%. No acumulado de quatro trimestres encerrados em junho, a atividade econômica registrou um patamar 1,4% menor que em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. A produção no segundo trimestre de 2017 foi de 1,639 trilhão de reais.
O Produto Interno Bruto (PIB) é a soma de todas as riquezas produzidas no país e serve de indicador da atividade econômica. Também é usado como referência para o reajuste do salário mínimo e para contas do governo, como no Orçamento e arrecadação. Ele é calculado a cada três meses pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para chegar ao total, o IBGE faz as contas usando dois métodos, que têm que dar o mesmo resultado: pela produção e pela demanda. No lado da produção, considera-se o que foi produzido nos setores agropecuária, indústria e serviços. Pelo consumo, entram os gastos das famílias, do governo, os investimentos realizados pelas empresas, exportações e importações.