Por que a Nike pode ter a maior queda de receita em 5 anos
O mercado aguarda um tombo na Nike nesta quinta-feira, 20, com a divulgação dos resultados trimestrais da empresa

O mercado aguarda um tombo na Nike nesta quinta-feira, 20, com a divulgação dos resultados trimestrais da empresa. A redução de receita projetada pela LSEG é de 11,5%, e pode ser a maior em cinco anos. Os indícios de que as notícias não são boas são a queda de 11% das visitas de consumidores às lojas, de acordo com dados da gestora Raymond James, além das quedas nos downloads de aplicativos da ordem de 35%, segundo a Sensor Tower.
Desde que assumiu o cargo de CEO em setembro do ano passado, Elliott Hill implementou uma estratégia focada no retorno às raízes esportivas da Nike. O abandono da relação mais próxima com o esporte foi atribuído pelo executivo como um dos motivos para a onda de maus resultados. Especialistas também avaliam erros de estratégia que enfraqueceram a presença em lojas físicas.
Hill foi recontratado às pressas e voltou da aposentadoria para o comando novamente da empresa com a missão de corrigir a rota em um momento em que a rival histórica Adidas vem ganhando cada vez mais prestígio no mercado.
Hill reformulou o organograma da empresa, a unidade de marketing esportivo e buscou estreitar laços com grandes clientes de varejo e ligas profissionais, incluindo a NFL. “Perdemos nossa obsessão com o esporte”, afirmou Hill em dezembro, para analistas. “Daqui para frente, nosso foco será o esporte, e o atleta estará no centro de cada decisão. Apesar de o retorno de Hill, um veterano com 30 anos de empresa, ter sido bem recebido pelo mercado, as ações caíram 19% desde que ele entrou após a demissão do executivo John Donahoe, que ocupava o cargo há pouco mais de quatro anos. No mesmo período as ações da Adida tiveram leve alta.
Algumas iniciativas recentes de Hill foram elogiadas como o lançamento dos tênis Pegasus Premium e Vomero 18, a parceria com a Skims e o primeiro comercial da Nike no Super Bowl em 27 anos. No entanto, caso a expectativa de queda de 11,5% na receita do terceiro trimestre, alcançando US$ 11,01 bilhões se confirme, será a maior redução desde o tombo de 38% registrado no quarto trimestre de 2020. O lucro por ação deve cair para US$ 0,29, comparado aos US$ 0,77 registrados no mesmo período do ano passado.