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Por que as regras sobre salmonela são diferentes na UE e Brasil

União Europeia rejeita carne que tenha qualquer quantidade da bactéria

Por Tatiana Babadobulos
Atualizado em 7 mar 2018, 16h58 - Publicado em 7 mar 2018, 16h33
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  • A Operação Trapaça, um desdobramento da Carne Fraca, detectou a presença de salmonela na carne de frango para  exportação. O principal alvo da operação, que investiga fraude no laudo de análises laboratoriais, foi a BRF, dono das marcas Sadia e Perdigão.

    Segundo a Polícia Federal, o objetivo da falsificação era garantir a exportação do produto mesmo sabendo que o mercado externo, principalmente a União Europeia, não aprova a presença desta bactéria.

    Apesar de proibir a exportação de frango de três frigoríficos da BRF, o Ministério da Agricultura informou que não havia risco para o consumo interno dessas carnes. Segundo a pasta, a bactéria faz parte da flora intestinal das aves e não traz riscos aos humanos, já que a carne passa por processo de cozimento antes de ser consumida.

    De acordo com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, “o regulamento brasileiro é diferente do de exportação para alguns países, que não permitem a presença da salmonela”. “O nosso permite”.

    No Brasil, a Instrução Normativa nº 20, de 21 de outubro de 2016, permite até 20% de positividade para Salmonella spp nas carcaças de frango. A legislação da União Europeia aceita até 11,3%.

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    O professor de microbiologia de alimentos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Eduardo Tondo, diz que “existem mais de 2.600 variantes da salmonela”. “Algumas são mais perigosas do que outras”, pondera.

    A engenheira de alimentos Cristina Leonhardt, da Tacta Food School, explica que a presença de salmonela em frangos no Brasil é muito alta. “Mas nem todo frango abatido é vendido cru para o consumidor. Ele é vendido no formato de pratos cozidos, como mortadela, salsicha e empanado. Durante o cozimento, a salmonela morre e não vai para o consumidor final”, explica a engenheira.

    Fernando Santiago, especialista em Direito Internacional, diz que a regulamentação europeia sobre a presença de Salmonella prevê tolerância de acordo com o tipo de alimento (carne, produtos a base de carne, enlatados, sementes) e destinação do alimento (consumo humano). “Normalmente é efetuado uma amostragem e o critério é ausência de Salmonella em uma amostra de 25 g de carne”, diz o sócio do Chenut Oliveira Santiago Sociedade de Advogados.

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    “Ultimamente, a Europa vem adotando um processo de prevenção de Salmonela denominado ‘do abatedouro à mesa’, no qual ela indica medidas sanitárias já nos equipamentos e instalações de criação de aves visando reduzir a possibilidade de contaminação”, afirma Santiago.

    Segundo a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), a Salmonella spp não apresenta riscos à saúde do consumidor. Os tipos que apresentam perigo para a saúde humana são a Enteritidis e a Typhimurium.

    Em nota, a BRF afirmou que ‘existem cerca de 2.600 tipos de salmonela’. “A Salmonella Pullorum é essencialmente de aves e não causa nenhum dano à saúde humana.”

     

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