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Por que o IGP-M de abril acendeu um alerta entre os analistas

Composição da alta no índice é o um dos pontos que chamaram a atenção do mercado

Por Camila Pati Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 29 abr 2025, 11h33

Depois de uma trégua em março, o IGP-M voltou a subir em abril, com avanço de 0,24%. O movimento foi puxado pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), responsável por 60% da composição do indicador, e acendeu um alerta entre analistas sobre a dinâmica da inflação em um futuro próximo.

Na leitura de Jorge Kotz, CEO do Grupo X, o aumento nos preços ao produtor, especialmente nos segmentos agropecuário e industrial, pressiona toda a cadeia produtiva e já projeta efeitos sobre o consumidor final. “Embora o varejo ainda mostre alguma desaceleração no IPC, com recuos pontuais em passagens aéreas, habitação e alimentação, isso pouco alivia o risco real: o aumento dos custos na base vai chegar ao consumidor”, afirma. Para ele, o cenário impõe um novo patamar de risco para quem financia o capital produtivo. “Esse ambiente eleva o risco de inadimplência e exige maior rigor na concessão de crédito, especialmente para empresas com margens apertadas.” Se a economia ganhar fôlego no segundo semestre, o efeito em cadeia sobre os preços pode acentuar as pressões inflacionárias. “O Banco Central deve redobrar a cautela — e nós também”, diz Kotz.

Essa aparente estabilidade dos preços registrada pelo  Índice de Preços ao Consumidor (IPC) –  que desacelerou de 0,80% em março para 0,46% em abril – pode ser enganosa, alerta Felipe Uchida, sócio da Equus Capital. “Em breve, o repasse dos custos será inevitável, ainda mais se o consumo voltar a crescer com mais força”, projeta. Segundo ele, o cenário atual lembra um processo clássico de inflação represada, com impactos apenas adiados. “Isso deixa o investidor numa encruzilhada: correr riscos ou buscar segurança atrelada à inflação?”, diz Uchida.

Para João Kepler, CEO do Equity Group, também vê como ponto mais sensível do dado de abril a composição da alta. “O que mais chama atenção é a composição dessa alta: o atacado avançou, enquanto o varejo desacelerou. Esse descompasso entre estágios da cadeia produtiva acende um alerta para quem acompanha os ciclos inflacionários”, afirma. Kepler observa que os preços de produtos agropecuários e industriais estão iniciando um novo ciclo de elevação de custos, que tende a atingir o consumidor com algum atraso. “A tendência é que, sem alívio consistente nos preços ao produtor, as expectativas de inflação de médio prazo fiquem mais pressionadas”, diz

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