Por que o Japão virou símbolo da guerra comercial de Trump
Costura de acordo entre os asiáticos e os americanos é encarada pelo presidente americano como uma prova de que ele está disposto a negociar

Celebrar um possível acordo comercial entre Estados Unidos e Japão é como comemorar a aplicação de um band-aid para fechar uma machucado feito de propósito. A necessidade de negociação só existe pelo franco ataque ao comércio global iniciado nos EUA. Ainda assim, os futuros americanos amanhecem em alta nesta quinta-feira, guiados pela declaração do presidente americano, Donald Trump, de que houve progresso nas conversas com o governo japonês.
O Japão, que negocia também um acordo com China e Coreia do Sul, se tornou uma espécie de símbolo para os Estados Unidos para provar que Trump está disposto a negociar, isso após ele mesmo dizer que as tarifas não eram uma chantagem para forçar acordos comerciais com o planeta.
Não só isso, o próprio Japão segue cauteloso com os potenciais impactos da guerra comercial. Um dos pontos de negociação é o fechamento de uma fábrica perto de Tóquio, que produz para o mercado americano, e transferência completa da unidade para os Estados Unidos.
A tendência positiva dos futuros americanos não se repete na Europa, onde as ações recuam. A quinta-feira será marcada pela decisão de juros do Banco Central Europeu. O mercado financeiro espera que o bloco volte a cortar juros, de 2,5% para 2,25%, com o objetivo de enfrentar uma possível desaceleração econômica causada pela guerra comercial de Trump. O bloco sofre com alíquotas aumentadas sobre a produção de aço e veículos.
O dia é ainda mais atípico porque encerra a semana mais curta. Não só isso: o feriado é prolongado na Europa, que celebra também a segunda-feira de Páscoa. O Brasil emenda a Páscoa no feriado de Tiradentes e também mantém a bolsa fechada por um período mais longo do que o mercado americano, por exemplo.
Em casos como esse, investidores tendem a se desfazer de ativos para reduzir o risco de exposição a mudanças bruscas no cenário econômico. E, como Trump tem mostrado dia após dia, esse é atualmente o cenário mais provável.
Agenda do dia
9h15: BCE anuncia decisão sobre juros; Christine Lagarde concede entrevista às 9h45
9h30: EUA divulgam pedidos semanais de auxílio-desemprego
12h45: Michael Barr (Fed) discursa em evento
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